São Paulo, domingo, 07 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Moradores acordam de sonho verde da Granja

Área arborizada da Grande SP está sendo tomada por grandes imóveis

Foram lançados 63 empreendimentos residenciais em cinco anos; shopping será inaugurado neste mês

LETICIA DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Foi a possibilidade de morar em frente a um morro coberto de árvores frutíferas, saguis, tucanos e esquilos que atraiu a dona de casa Elizabeth Tavares, 51, à Granja Vianna, em Cotia (Grande São Paulo), 20 anos atrás.
Naquela época, ela comprou a casa onde mora até hoje, na altura do km 23 da rodovia Raposo Tavares. A rua era de terra, sem iluminação, e o entorno era verde. Hoje, a paisagem mudou. No lugar do morro, o primeiro shopping center do bairro se prepara para entrar em funcionamento, no final do mês. "Acabou o sossego", afirma Elizabeth, moradora da rua Adib Auad, localizada nos fundos do novo megaempreendimento.
A chegada do shopping é apenas a ponta do iceberg da expansão imobiliária do local. Segundo dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), nos últimos cinco anos foram lançados 63 novos empreendimentos residenciais na região, entre casas e prédios.
Houve ainda dois lançamentos comerciais, com 451 escritórios. Outro empreendimento com 400 escritórios está sendo erguido.
Segundo a prefeitura, neste mesmo período o bairro saltou de 44.372 para 55.701 domicílios ocupados. A população cresceu de 23 mil para 28 mil habitantes.
Para o vice-presidente de Comercialização e Marketing do Secovi-SP, a região ainda tem potencial para crescimento. "As pessoas querem qualidade de vida, morar perto da natureza, e a Granja ainda tem preços cerca de 30% mais baixos que as áreas nobres de São Paulo."
O paraíso bucólico que atrai tantos paulistanos vem sofrendo ultimamente com a expansão. Há cerca de um mês, a crescente movimentação de caminhões por conta da finalização da obra do shopping deixou o trânsito caótico na região.
"Eu levava cinco minutos para chegar ao local onde está sendo construído o shopping. Hoje, levo meia hora", diz a aposentada Delia Costa, há cinco anos na região.
Mas o crescimento não traz apenas prejuízos para os moradores, na opinião do diretor comercial Rodolfo Mello, 49, que mora na Granja há dez anos. "Os imóveis estão valorizando e a abertura de shopping gera empregos, movimenta a economia. Isso tudo é positivo", destaca.
"Estamos levando lazer e consumo de alto padrão para a região, o que não existia antes. E fizemos obras para minimizar o impacto", disse Luis Quinta, diretor de Desenvolvimento da BR Malls, responsável pelo shopping.


Colaborou ALENCAR IZIDORO


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Boate gay da velha guarda reabre em busca de juventude
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.