São Paulo, segunda-feira, 07 de novembro de 2011

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Alunos têm até as 23h para sair de reitoria

Justiça autoriza uso de força policial na USP após encerramento do prazo

Manifestantes dizem que ainda tentam nova rodada de negociação com representantes da direção da universidade

RAFAEL SAMPAIO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Termina hoje às 23h o prazo dado pela Justiça para a desocupação da reitoria da USP. Se a decisão for desrespeitada, há autorização de uso de força policial para retirada dos manifestantes.
O prédio foi invadido na madrugada de quarta por 50 estudantes contrários à presença da PM na Cidade Universitária, na zona oeste paulistana. A USP tem 89 mil alunos (50 mil nesse campus).
O prazo para a saída foi acertado em reunião entre representantes dos alunos e da reitoria, ocorrida no sábado.
Os invasores afirmam que a desocupação da reitoria depende de aprovação em uma assembleia geral dos alunos.
Segundo Alexandre Guimarães, 21, da comissão dos estudantes, "só haverá assembleia após mais negociações com a reitoria".
O procurador-geral da USP, Gustavo Ferraz Mônaco, afirma que a reitoria está disposta a fazer uma reunião hoje, desde que seja procurada.
Além da saída da PM, os invasores querem o fim de processos administrativos contra 20 alunos presentes em atos nos anos anteriores.
Em troca da desocupação, a reitoria oferece a criação de grupos para discutir o convênio firmado com a polícia. E também se propõe a revisar os processos contra alunos.
A polícia passou a ter maior atuação na USP em setembro, depois do assassinato de um aluno no início do ano. A medida causou debate na universidade.
A entrada na reitoria ocorreu após desocupação do prédio da administração da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), que havia sido invadido por estudantes em reação à detenção, pela PM, de três colegas por posse de maconha.
Na terça, os alunos realizaram uma assembleia que decidiu por 559 a 458 votos desocupar o edifício da FFLCH. Uma parte da minoria derrotada invadiu a reitoria.

CLIMA
O clima ontem entre os invasores era de aparente tranquilidade. A Folha acompanhou a rotina no prédio, mesmo com os alunos proibidos de conceder entrevistas e imprensa impedida de entrar.
Por volta das 10h30, alguns estudantes dormiam -eles estão concentrados em um dos salões principais do local, e a área tem colchões, sacos de dormir e barracas.
Os colegas acordados se dividiam preparando a refeição e discutindo a situação. Alguns lembravam a invasão de 2007, mais numerosa.
O prédio tem pichações nas paredes. As câmeras do circuito interno foram quebradas -mascarados, os alunos temem punição se forem identificados, possibilidade que a USP não descarta.


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