São Paulo, quarta-feira, 07 de dezembro de 2005

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INFÂNCIA

Preso em motel, religioso nega exploração sexual

Jovem diz à Justiça que mantinha relações com padre havia três anos

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Um adolescente de 17 anos disse ontem em depoimento à Justiça em São Luís (MA) que mantinha relações sexuais com o padre Félix Barbosa Carreiro, 43, havia pelo menos três anos. Segundo o jovem, os encontros com o padre eram diários e aconteciam em motéis de luxo da capital.
Carreiro foi flagrado no início de novembro em um motel com dois adolescentes, um deles ouvido ontem, e dois jovens maiores de 18 anos. Ele responde a processo por exploração sexual de adolescente com base no Estatuto da Criança e do Adolescente.
O padre negou em depoimento à Justiça, na semana passada, que tivesse mantido relações sexuais com adolescentes. Ele afirmou que era pressionado a ir a motéis e que tinha prazer em apenas acompanhar os jovens. Inicialmente, ao ser flagrado pela polícia em um motel, o padre havia dito que mantinha relações com os jovens. Depois, ele mudou a versão.
A Folha não conseguiu falar ontem com o advogado Paulo Cruz, que representa Carreiro.
O depoente disse também que os encontros chegavam a reunir até dez jovens.
O juiz José Joaquim Figueiredo dos Anjos, da 2ª Vara Criminal de São Luís, começou ontem a ouvir o depoimento dos 12 adolescentes apontados no inquérito policial com vítimas do padre Carreiro.
Outros três adolescentes de 13, 15 e 17 anos foram ouvidos ontem. Um dos adolescentes disse que, em algumas ocasiões, viu o padre consumir drogas.
Carreiro acompanhou os depoimentos, mas não pôde se manifestar. Ele estava acompanhado pelo advogado.
Na próxima sexta, outras quatro supostas vítimas serão ouvidas. Carreiro está preso em um quartel da Polícia Militar em São Luís desde o dia 9 de novembro.


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