DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Pouco mais de 27 mil meninas de dez a 14 anos tiveram filhos no Brasil em 2003, na parte mais chocante da estatística que revela que 21% dos bebês nascidos no país têm mães adolescentes, de até 19 anos. Apesar de ainda alto, o número de mães de dez a 19 anos caiu de 2002 para 2003 (de 693.101 para 673.045). Foram 27.664 de dez a 14 anos em 2002 e 27.239 mães-crianças no ano seguinte.
Por outro lado, o total de mães que fizeram sete ou mais exames de pré-natal -o recomendado pelo Ministério da Saúde- subiu nos últimos anos e atingiu 49,9% das mães dos 3.038.251 bebês que nasceram no país em 2003.
Os dados fazem parte da pesquisa "Saúde Brasil 2005", do Ministério da Saúde. "Esses dados vão reorientar as políticas públicas, porque indicam quais são os setores mais vulneráveis", afirmou o ministro Saraiva Felipe.
O estudo mostra mais uma vez, e de forma detalhada, o fosso entre ricos e pobres no Brasil. O parto cesáreo, por exemplo, foi feito em 67% das mães com 12 ou mais anos de estudo, enquanto apenas 15% das que nunca estudaram o fizeram. "Provavelmente, as mais ricas estão fazendo demais, e as mais pobres, menos do que deveriam", diz o idealizador do projeto, o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa da Silva Jr.
Em um exemplo do abismo racial, o risco de uma criança preta ou parda morrer antes dos cinco anos por causas infecciosas ou parasitárias é 60% maior que o de uma criança branca.
A principal causa de morte dos brasileiros em 2003 são as doenças do aparelho circulatório. Em segundo lugar estão as neoplasias (tumores), em patamar muito próximo das causas externas (violência e acidentes de trânsito). Nas mortes no trânsito, o dado mais preocupante é o aumento "exponencial" das mortes de motociclistas, segundo Silva Jr.
As mortes por acidentes de transporte terrestre passaram de 18 por 100 mil habitantes -mais de 80% dos mortos são homens.


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