AFRA BALAZINA
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A bagunça em Congonhas ontem era generalizada. Havia inúmeros vôos com atraso e alguns cancelados, além de malas sem donos e passageiros sem bagagem. No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, a situação era semelhante e os transtornos recorrentes.
O problema se agravou no final da tarde, quando uma forte chuva atingiu São Paulo. Por cerca de uma hora e meia, o fluxo de pousos e decolagens diminuiu em Congonhas, segundo funcionários da Infraero. Devido a esse problema, no começo da noite o atraso médio passava das três horas.
A economista Sandra Hetzel, que precisava dar uma conferência em São Luiz, chegou com duas horas de antecedência ao aeroporto de Congonhas, enfrentou uma enorme fila e, inexplicavelmente, perdeu o vôo. Enquanto a empresa aérea argumentava que ela havia sido chamada pelo microfone, Sandra dizia que estava no local o tempo todo e que a culpa era da companhia. Depois de uma discussão no guichê, conseguiu lugar em outro vôo.
O cantor Zeca Baleiro quase ficou sem um de seus músicos num show anteontem em razão dos atrasos e, ontem, torcia para que seu vôo para Florianópolis partisse no horário. "Se continuar assim, vou ter que começar a viajar na véspera dos shows."
O clima era de insatisfação geral -63 vôos atrasaram e oito foram cancelados da 0h às 17h. Numa área do desembarque, pela manhã, havia cerca de cem malas sem dono -provavelmente de passageiros de vôos cancelados na noite de anteontem- e 25 pessoas procurando a bagagem, sem sucesso.
No aeroporto de Cumbica, a doméstica Suelen Aparecida Machado precisou dormir no saguão. Ela esperava a confirmação de seu vôo da Gol para Recife. "Estou perdida e desamparada. Ninguém nos informa nada", afirmou ela, que havia juntado dinheiro nos quatro últimos meses para poder visitar a família.


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