São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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Buarque faz promessas, mas não estipula os prazos de implantação

Tuca Vieira/Folha Imagem
Cristovam Buarque, ministro da Educação, com membros da UNE


DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender das propostas do ministro da Educação, Cristovam Buarque, anunciadas ontem na sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), a entrada na universidade será mais justa, o crédito educativo será mais barato ou até grátis e a qualidade do ensino superior será melhor, com um novo tipo de Provão.
O problema é que nada disso tem verba nem prazo definidos. O ministro teve uma reunião fechada de cerca de uma hora com a direção da UNE, em São Paulo.
Cristovam reafirmou que o Provão (sistema de avaliação do ensino superior) continuará sendo aplicado, mas devem ser feitas alterações. Essas mudanças, segundo o ministro, "provavelmente" devem acontecer ainda neste ano. "Espero que em poucos meses, ouvindo a comunidade, debatendo com especialistas, tenhamos uma nova proposta."
Sobre as alterações, disse que "a nova forma de avaliação deveria levar em conta se o aluno universitário tem práticas solidárias. Ver não apenas se é um bom aluno na sua disciplina, mas se ele convive na sociedade".
Cristovam também disse que a avaliação não deve ser só sobre os alunos, mas também sobre os reitores, os professores e o próprio ministro. O ministro disse não saber ainda como seriam feitas essas novas avaliações. "Vamos consultar os técnicos."
A UNE reivindica a ampliação do financiamento para estudantes carentes que estão em faculdades particulares. A entidade quer que o valor suba de R$ 17 milhões neste ano para R$ 47,27 milhões.
O ministro disse que o projeto de financiamento está no programa do governo Lula, mas não estabeleceu prazos. "Claro que vai ter de ser levado no momento oportuno, que não está decidido ainda qual é."
Cristovam prometeu até financiamento sem devolução do dinheiro. "Haverá casos de financiamento a fundo perdido, sem retorno, mas não sabemos ainda quando vão acontecer."
Para o vestibular, o ministro defende a idéia de avaliação seriada. Em vez de uma prova, os candidatos fariam três exames, no fim de cada série do ensino médio. Cristovam disse que a mudança não deve acontecer neste ano, mas não determinou prazo.


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