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Promotor usou a pistola ilegalmente
A pistola 9 mm com a qual Pedro Pereira matou o motoqueiro no sábado não é liberada para membros do Ministério Público
A arma usada em Moema não está em nome do promotor, segundo a Procuradoria Geral de Justiça, que investiga o caso
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O promotor Pedro Baracat
Guimarães Pereira, 42, não tinha autorização para portar a
pistola 9 mm, de uso exclusivo
das Forças Armadas, com a
qual matou o motoqueiro Firmino Barbosa, 30, no último
sábado, em Moema (zona sul de
São Paulo), segundo a Procuradoria Geral de Justiça, que investiga o caso. A arma também
não estava em seu nome.
A Procuradoria Geral de Justiça -responsável por investigar crimes cometidos por promotores- não informou, no
entanto, a quem pertence a pistola usada pelo promotor.
Pereira disparou pelo menos
dez vezes contra o motoqueiro.
O promotor afirmou à polícia a
que foi vítima de uma tentativa
de assalto quando estava com o
carro parado em um semáforo.
Passou a disparar, segundo
seu relato, quando o motoqueiro teria anunciado o assalto e
levado mão à cintura como se
fosse sacar uma arma.
De acordo o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho,
promotores têm direito a andar
armados. Mas, segundo ele, as
armas são as de uso permitido
-revólveres, pistolas de menor
calibre e até a pistola .40, desde
que com autorização especial
do procurador-geral.
Esse direito exclui a pistola 9
mm, de maior poder de fogo,
que é de uso restrito da polícia e
das Forças Armadas, de acordo
com Pinho. O promotor pode
ser responsabilizado pelo crime de porte ilegal de arma.
A polícia, por sua vez, não informa quando tiros atingiram o
motoqueiro. A pistola 9 mm é
semi-automática -o gatilho é
sensível e a arma faz vários disparos por segundo.
"São necessários apenas três
ou quatro segundos para fazer
os dez disparos", diz o delegado
Ruy Ferraz Fontes, que investiga outros supostos roubos cometidos pelo motoqueiro.
Há dois dias, a Folha tenta
falar com o promotor. Ele não
respondeu aos recados deixados no seu celular. Ontem, foi
afastado do Grupo de Atuação
de Controle Externo da Atividade Policial e voltou a atuar
em uma Promotoria criminal.
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