São Paulo, terça-feira, 08 de janeiro de 2008

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Paulo Bravos, o "aventureiro" das fotos

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não pensou duas vezes, o jovem cabeludo que passava em frente à vitrine do Mappin, no centro de São Paulo, em plenos anos 1970. Entrou e comprou a primeira máquina fotográfica -que marcaria Paulo César Bravos como "o aventureiro".
Não fez faculdade, mas aprendeu na vida -desde as 3x4 que fazia em Marília, cidade natal, até as fotos para revistas de toda sorte, de carros a pesca, assim que chegou a São Paulo, aos 18 anos.
Bravos foi então free-lancer em jornais como "O Globo", e vinha trabalhando em o "Diário de S. Paulo". Mas isso era pouco. E ele se "aventurou pelas estradas e cidades da América do Sul, viajando a dedo pelo continente". Registrou passeatas contra a ditadura no Chile, e a vida, animal e humana, no Pantanal e na Serra Pelada.
Há pouco mais de um ano sentiu o peso da idade e decidiu recuperar a agilidade, sobre duas rodas -da bicicleta que ele mesmo montou. Caiu, quebrou o braço, teve um pino implantado, mas logo já acompanhava pelas ruas de São Paulo os 40 ciclistas do CAB (Clube Amigos da Bicicleta), esquecido dos 57 anos e causando inveja às três filhas e à mulher.
Dessa vez pedalava pela rua Borges Figueiredo, na Mooca, quando uma falha no asfalto travou sua roda e ele foi arremessado da bicicleta. Morreu no hospital, devido aos ferimentos internos. Foi na noite de anteontem.


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