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Paulo Bravos, o "aventureiro" das fotos
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Não pensou duas vezes, o
jovem cabeludo que passava
em frente à vitrine do Mappin, no centro de São Paulo,
em plenos anos 1970. Entrou
e comprou a primeira máquina fotográfica -que marcaria Paulo César Bravos como "o aventureiro".
Não fez faculdade, mas
aprendeu na vida -desde as
3x4 que fazia em Marília, cidade natal, até as fotos para
revistas de toda sorte, de carros a pesca, assim que chegou a São Paulo, aos 18 anos.
Bravos foi então free-lancer em jornais como "O Globo", e vinha trabalhando em
o "Diário de S. Paulo". Mas
isso era pouco. E ele se
"aventurou pelas estradas e
cidades da América do Sul,
viajando a dedo pelo continente". Registrou passeatas
contra a ditadura no Chile, e
a vida, animal e humana, no
Pantanal e na Serra Pelada.
Há pouco mais de um ano
sentiu o peso da idade e decidiu recuperar a agilidade, sobre duas rodas -da bicicleta
que ele mesmo montou.
Caiu, quebrou o braço, teve
um pino implantado, mas logo já acompanhava pelas
ruas de São Paulo os 40 ciclistas do CAB (Clube Amigos da Bicicleta), esquecido
dos 57 anos e causando inveja às três filhas e à mulher.
Dessa vez pedalava pela
rua Borges Figueiredo, na
Mooca, quando uma falha no
asfalto travou sua roda e ele
foi arremessado da bicicleta.
Morreu no hospital, devido
aos ferimentos internos. Foi
na noite de anteontem.
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