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CARNAVAL
Verde e rosa mostrou enredo confuso e várias mudanças; Salgueiro foi a escola que mais esquentou o sambódromo na primeira noite
Mesmo rica, Mangueira não empolga
DA SUCURSAL DO RIO
E DOS ENVIADOS ESPECIAIS
Contando com R$ 4,5 milhões
de patrocínio (da Petrobras e da
Eletrobrás), a Mangueira veio
com a riqueza esperada, mas com
muito menos criatividade e alegria do que o habitual. O samba
não empolgou, o enredo sobre
energia se mostrou confuso na
avenida e as novidades do carnavalesco Max Lopes não provocaram o impacto sonhado por ele.
As seis alas verticalizadas (grupos com duas fantasias diferentes,
um de cada lado da pista) não se
mostraram bonitas nem eficientes. A troca do verde e do rosa por
dourado, lilás e outras cores não
deu maior beleza à escola e enfraqueceu sua identidade. O melhor
momento foi a comissão de frente, trazendo baluartes da escola
sambando e saudando a platéia.
A idéia antiteatral, remetendo a
antigas comissões, conseguiu
emocionar. Apesar da pouca beleza da alegoria de um surdo (instrumento de percussão) de onde
saía Delegado, o maior mestre-sala da história da escola.
Salgueiro esquenta
O Salgueiro foi a escola que mais
esquentou o Sambódromo na primeira noite. O verbo é literal: com
um enredo sobre fogo, Renato Lage caprichou na pirotecnia, criando carros que soltavam labaredas
e usando cuspidores de fogo. A
comissão de frente, com homens
da caverna, foi outro destaque.
Waldemir Garcia, o Miro, e seu
filho Waldemir Paes Garcia, o
Maninho, foram homenageados.
Patronos da escola e bicheiros, os
dois morreram no ano passado.
A Mocidade, a primeira escola
da noite, fez um desfile correto e
eficiente sobre a cultura e a culinária italianas, mas não entusiasmou o público. Conhecida por
sua ousadia, preferiu ser convencional e aboliu até a paradinha da
bateria, recurso criado por seu
lendário mestre André, hoje usado por quase todas as escolas.
A diretoria decidiu acabar com
ele pelo fato de a escola ter perdido pontos no quesito nos últimos
anos.
Samba no pé
Mais uma vez desfilando com
fantasias e alegorias simples, o
Império Serrano se destacou pela
garra de seus componentes e pelas boas doses de samba no pé de
passistas como Quitéria Chagas,
24, a rainha da escola.
Mas o objetivo é apenas ficar no
Grupo Especial. "O Império fez o
que sabe: brincar, desfilar com
alegria", festejou o carnavalesco
Ilvamar Magalhães.
Com um enredo difícil de cativar, sobre a soja (feito para atrair
patrocinadors do ramo), a Tradição fez um desfile frio e sonha
apenas em não ser rebaixada. Já a
Unidos de Vila Isabel, que entrou
na avenida com o dia amanhecendo, conseguiu animar em vários
momentos as arquibancadas semivazias. Mérito maior do samba
do que do enredo, sobre os mares
e a construção naval.
Mas problemas no último carro
e a correria no final abriram buracos no desfile. A escola perderá
pontos em alegorias, evolução e
conjunto.
Joãosinho não pôde assistir ao
Carnaval, que desenvolveu, por
estar internado depois de um segundo derrame. Ele teve seu nome lembrando pela Vila Isabel
antes do desfile.
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