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BARBARA GANCIA
A ira do senhor Wermus
Quem não inveja uma mulher como Marta Suplicy, que tem um marido que a defende com unhas e dentes?
O DILETO LEITOR por acaso sabia que o atual marido de
Marta Suplicy, Luis Favre,
mantém um blog na internet? Pois
é, até ontem, eu também não. Tomei
conhecimento de que Favre escrevinha na última quarta-feira e descobri, pasme, que ele não vai com a minha cara. E que isso não é de hoje.
Nas outras vezes em que o marido
da ministra mencionou meu nome
em seu desconhecido blog, a crítica
não teve a menor repercussão. Tanto é que eu nunca fiquei sabendo.
Mas, nestes dias, um leitor ofendido citou o blog do senhor Felipe Belisário Wermus em mensagem ao
ombudsman que manifestava descontentamento com minha coluna
da semana passada.
Para quem não leu o que escrevi,
um pequeno resumo: em feira de turismo na Espanha, a ministra Marta
misturou alhos com bugalhos para
defender o Brasil e acabou ofendendo gratuitamente o país anfitrião.
Minha coluna de sexta passada condenava (com alguma dureza, admito) a atitude da ministra. Em vez de
debater as idéias contidas no meu
texto, o senhor Favre resolveu partir
para o ataque tentando atingir meu
fígado. E sugeriu que tenho o "rabo
preso" com o tucanato.
Como é a segunda vez que alguém
ligado a Marta Suplicy faz essa afirmação, e como eu sou uma pessoa
um tanto detalhista, vou pedir que
ele explique na Justiça o que isso significa. Será que "rabo preso" quer dizer que recebo dinheiro do PSDB
para falar o que penso? Nesse caso, o
senhor Favre terá de provar o que
está dizendo e eu vou me divertir
muito vendo-o tentar fazer isso.
É bem comum do modo de agir
de certos petistas e seus aliados
fundamentalistas usar desse tipo
de artimanha para invalidar as críticas que lhes são feitas.
A Barbara Gancia contestou
Marta Suplicy? A colunista bateu
duro na ministra por ela ter feito
uso de uma falácia ao comparar
coisas desiguais, como o ataque
terrorista sofrido pela Espanha e a
violência no Brasil? Então vamos
desqualificá-la, vamos jogar sua
honra na lama para desviar o foco.
A tática é burralda e tem prazo
de validade limitado. Quero ver,
nos tribunais, Favre estabelecer
um laço meu com os tucanos, a direita ou com qualquer movimento
ideológico ou partidário.
O marido da ministra também
afirma em seu blog semiclandestino que sou desbocada e que "vomito" regulamente no jornal Folha
de S.Paulo. Engraçados esses comentários vindos de alguém que
convive com Marta Suplicy, não é
mesmo? Admito que posso ser um
tanto inconveniente, mas, nesse
caso, dona Martaxa Relaxa é o quê?
Diz também o senhor Luis Favre
(ou Felipe Belisário Wermus, nunca sei como me referir a ele) que tenho "ódio" e "inveja" de Marta Suplicy. Não tenho ódio, não, isso é
coisa da esquerda maniqueísta.
Apesar de minhas eventuais críticas, acho a figura de Marta simpática, controvertida, moderna e menos perniciosa à vida pública do
país do que tantos vilões de verdade que andam por aí.
Até daria uma nota seis à sua administração em São Paulo, a despeito do túnel inútil que ela mandou construir quase na porta da
minha casa.
Quanto à inveja, Favre pode estar certo. Quem não inveja uma
mulher que tem um marido que a
defende com unhas e dentes?
Alô, senhor Favre! Nos vemos
então nos tribunais. Até breve.
barbara@uol.com.br
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