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Três pessoas morrem em chacina em Arujá
Dois homens e uma mulher foram assassinados com tiros na cabeça; parentes dizem que as vítimas não tinham ligação
Uma das vítimas tinha três empregos, segundo a família; desde o início do ano ocorreram sete chacinas no Estado de São Paulo
CINTHIA RODRIGUES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Três pessoas morreram na
sétima chacina do ano no Estado, anteontem, em Arujá, na
Grande São Paulo. Dois homens e uma mulher foram assassinados com tiros na cabeça.
Parentes dizem que as vítimas
não tinham nenhuma ligação.
O crime ocorreu às 21h30 da
quarta-feira de cinzas, em uma
esquina do bairro Rodrigo Barreto, debaixo de chuva fraca.
Segundo testemunhas contaram à polícia, dois homens de
boné desceram de um carro
branco, atiraram, voltaram ao
veículo e fugiram.
Ontem, os vizinhos não queriam falar do assunto. Só diziam ter ouvido muitos tiros.
Os policiais socorreram as vítimas, mas todas chegaram mortas ao pronto-socorro. Eles
também apreenderam uma
moto e um tubo com cocaína.
Até a noite de ontem, só os
dois homens haviam sido identificados. Um deles é o eletricista Ronaldo Rodrigues da Silva,
23, que era acusado de homicídio e já esteve preso por tráfico
de drogas, mas foi absolvido.
O pai dele, João Rodrigues
Silva, 53, dono de um brechó,
disse que o filho estava fora da
cadeia havia quatro meses.
"Quando cheguei em casa à
noite, minha mulher falou que
ele tinha ligado dizendo para
fritar um bife que ele estava
chegando. Só meia-noite a gente soube o que aconteceu." Para
Silva, a principal suspeita é de
que o crime tenha sido cometido por policiais. "Tratavam ele
que nem bandido mesmo."
O outro homem, Carlos
Eduardo Vieira, 27, era motoboy e trabalhava em três locais
diferentes. Casado, com um filho de 1 ano, não tinha antecedentes criminais. "Ele era trabalhador, só devia ter parado
naquele lugar por causa da chuva", disse o cunhado, Edcarlos
Alberto da Silva Lima, 28.
O pai, Benedito Antonio Vieira, 53, conta que o filho estava
em três empregos para construir uma casa no terreno que
havia comprado recentemente.
"A gente não sabe o que aconteceu, mas com certeza ele não tinha nada com isso", disse.
A terceira vítima é uma mulher, que aparentava cerca de
30 anos e não tinha documentos. Até ontem, seu corpo estava no IML de Guarulhos. A polícia ainda não tem suspeitos.
Com esses três assassinatos,
sobe para 26 o número de mortos em chacinas neste ano em
São Paulo -22% do total de 117
registrados em 2007.
A primeira, na zona norte da
capital, aconteceu logo depois
da morte do coronel que comandava a PM na região, José
Hermínio Rodrigues, em 17 de
janeiro. Foram sete mortos,
além de dois feridos.
Ainda em janeiro, outra chacina deixou três mortos em
Guarulhos. No Guarujá, foram
duas, com seis mortos e, em
Itapevi, mais uma com três
mortos. Durante o Carnaval,
quatro integrantes da mesma
família foram mortos em São
José dos Campos.
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