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Delegado da PF teve empresa
da Reportagem Local
No final dos anos 80, o delegado
da PF (Polícia Federal) Moacir
Moliterno Dias supervisionou as
empresas de segurança em São
Paulo. É a PF quem autoriza o funcionamento do negócio.
Entre 1992 e 1995, já desligado da
PF, ele foi empresário nesse ramo,
como sócio da Escudo.
Dias não vê conflito ético em
passar para o outro lado do balcão. Em conversa informal com a
reportagem da Folha, na última
terça-feira, disse que seria o mesmo que um jornalista deixar um
jornal para criar uma revista.
Marcou uma entrevista para o
dia seguinte, no escritório de seu
advogado, Paulo Esteves, na qual
comprovaria com documentos
que não tinha mais o negócio.
Dias não apareceu. Seu advogado disse que, como ele havia voltado para a PF, não poderia dar entrevistas. A área em que atua, o cadastro de armas, teria relações
com a área de segurança privada,
segundo Esteves.
O advogado de Dias diz que ele
foi aposentado pela PF em 1989
por ter sido baleado em serviço.
Voltou em janeiro de 1997.
Em janeiro, o delegado enviou
notificação extra-judicial à Folha
porque o jornal havia fotografado
uma lancha Oceanic de 32 pés de
90, avaliada em R$ 70 mil, que ele
tem. Dias afirmava que o jornal
havia violado sua privacidade e
enviava outras fotos da lancha
sendo reformada numa marina de
Bertioga, no litoral de São Paulo.
Dias conta que comprou a lancha para ser recuperada com o dinheiro que juntou atuando como
empresário.
(MCC)
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