São Paulo, domingo, 8 de fevereiro de 1998

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Delegado da PF teve empresa

da Reportagem Local

No final dos anos 80, o delegado da PF (Polícia Federal) Moacir Moliterno Dias supervisionou as empresas de segurança em São Paulo. É a PF quem autoriza o funcionamento do negócio.
Entre 1992 e 1995, já desligado da PF, ele foi empresário nesse ramo, como sócio da Escudo.
Dias não vê conflito ético em passar para o outro lado do balcão. Em conversa informal com a reportagem da Folha, na última terça-feira, disse que seria o mesmo que um jornalista deixar um jornal para criar uma revista.
Marcou uma entrevista para o dia seguinte, no escritório de seu advogado, Paulo Esteves, na qual comprovaria com documentos que não tinha mais o negócio.
Dias não apareceu. Seu advogado disse que, como ele havia voltado para a PF, não poderia dar entrevistas. A área em que atua, o cadastro de armas, teria relações com a área de segurança privada, segundo Esteves.
O advogado de Dias diz que ele foi aposentado pela PF em 1989 por ter sido baleado em serviço. Voltou em janeiro de 1997.
Em janeiro, o delegado enviou notificação extra-judicial à Folha porque o jornal havia fotografado uma lancha Oceanic de 32 pés de 90, avaliada em R$ 70 mil, que ele tem. Dias afirmava que o jornal havia violado sua privacidade e enviava outras fotos da lancha sendo reformada numa marina de Bertioga, no litoral de São Paulo.
Dias conta que comprou a lancha para ser recuperada com o dinheiro que juntou atuando como empresário. (MCC)





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