|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERNAMBUCO
Encontro de bonecos gigantes, programado para durar duas horas, teve uma hora de duração
Chuva reduz desfile de bonecos em Olinda
FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Olinda
A forte chuva que atingiu Olinda ontem reduziu à metade o
tempo de desfile de um dos mais
bonitos e esperados eventos do
Carnaval de Pernambuco, o encontro dos bonecos gigantes.
Previsto para começar às 11h, o
desfile só teve início às 12h25,
mesmo assim debaixo de garoa.
"Se não saísse aquela hora, não
sairia mais", disse Sílvio Botelho,
o organizador do evento.
Segundo ele, os contratos com
as três bandas de frevo que animaram a festa terminava às 14h.
Depois disso, os músicos já estariam trabalhando para outras
pessoas na cidade, de acordo com
o organizador.
Na pressa para concluir o percurso de quatro quilômetros, a fila indiana composta por cerca de
80 bonecos chegou a se dividir em
duas.
A primeira parte foi obrigada a
parar na rua para aguardar a chegada do segundo bloco.
Animação
O desfile, que deveria durar
duas horas, acabou em uma. Mesmo assim, não faltou animação. A
passagem dos gigantes pelas ladeiras de Olinda foi saudada com
gritos e aplausos.
Blocos espalhados pelos becos
do centro histórico se uniram para acompanhar as evoluções dos
personagens.
Os bonecos fizeram reverências
ao público e balançaram os braços ao som do frevo.
Como tradicionalmente ocorre,
o Homem da Meia-Noite, o mais
antigo boneco de Olinda, seguiu à
frente, escoltado de perto por outros famosos, como o Capiba.
O boneco John Travolta desfilou este ano vestido com roupas
portuguesas típicas do século 16,
em homenagem aos 500 anos do
descobrimento do Brasil, segundo Botelho.
Origem
Figuras tradicionais do Carnaval de Olinda, os bonecos gigantes
surgiram na Europa, possivelmente na Idade Média. Serviam,
na época, para acompanhar procissões, cortejos populares ou comemorações locais.
Em Pernambuco, o primeiro
deles foi criado em 1919, no município de Belém do São Francisco,
sertão do Estado. Foi batizado
com o nome de Zé Pereira.
Em Olinda, o Homem da Meia-Noite foi o pioneiro. Desfilou pela
primeira vez na cidade em 1932. A
figura foi criada pelos irmãos Benedito e Sebastião Bernardino da
Silva.
Segundo Silvio Botelho, criador
de mais de 400 bonecos, os primeiros personagens tinham estrutura de madeira e de gesso e
pesavam até 50 quilos. Os atuais
bonecos, feitos com materiais como isopor, fibra e alumínio, pesam em torno de 15 quilos.
Preços
Para confeccionar cada boneco,
que mede 3,20 m de altura, Botelho utiliza cerca de 15 metros de
tecido.
Cada peça custa entre R$ 1.000 e
R$ 5.000. O preço depende do
material utilizado na confecção
do boneco.
A pessoa que conduz o personagem é conhecida por "chapeado".
A estrutura interna que ele manobra nas ruas é o que garante a movimentação e o equilíbrio de todo
o conjunto.
Texto Anterior: Tradição: Barra rouba do centro baiano as atrações do encontro de trios Próximo Texto: Romântico: Cantor brega comanda show em Porto Seguro Índice
|