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Assassinato cresce 45% entre mulheres paulistas
ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A violência está matando mais
as mulheres paulistas. A proporção de assassinatos no Estado como causa de morte feminina subiu 45,45% entre 1993-1995 e
1999-2001 (veja quadro ao lado).
A pior situação está na região
administrativa de São José dos
Campos (nordeste do Estado de
SP), onde o aumento na proporção de homicídios nesse período
foi de 87,5% -quase o dobro da
média estadual.
A região com maior redução
nesse item é a de Presidente Prudente (no oeste paulista), com
uma queda de 25,64%. A região
metropolitana, que inclui a capital
paulista, teve um aumento de
48,21%, pouco acima da média do
Estado. Os dados referem-se a
mulheres entre 10 e 49 anos.
Os principais motivos de óbito
no grupo feminino continuam
sendo as doenças cerebrovasculares (como derrames) e a Aids.
Os homicídios, que entre 93 e 95
eram a sétima causa de morte de
mulheres, agora ocupam o terceiro lugar. Mas também há boas notícias: a participação da Aids como causa de morte diminuiu
20,69% no mesmo período.
Os números constam do projeto SP Mulheres em Dados, lançado ontem pela Seade (Fundação
Estadual de Análise de Dados).
O estudo, financiado pela Fapesp (órgão estadual que financia
pesquisas), cruza dados já existentes para traçar o perfil da situação da mulher nas cidades do Estado. O trabalho foi dividido em
seis áreas: violência, população,
saúde e reprodução, educação,
trabalho e participação política.
O Conselho Estadual da Condição Feminina participa como parceiro e também sugeriu os temas
escolhidos para o projeto.
"O objetivo é dar aos municípios condições de avaliar a situação da mulher e ampliar sua capacidade de propor políticas públicas", afirma Maria Cecília Comegno, funcionária da Seade e
coordenadora do trabalho.
A região administrativa de Registro (no sudoeste de São Paulo),
por exemplo, uma das mais pobres do Estado, apresenta alguns
dos piores indicadores.
É onde as mulheres têm a menor esperança de vida: 73,47 anos.
A média feminina do Estado é de
75,6 anos; na melhor região -a
de Presidente Prudente-, chega
a 77,05 anos.
A média de estupros entre 1997
e 2001 na região de Registro é de
mais de 57,30 por 100 mil mulheres. A média estadual é de 28,55. A
região metropolitana tem 19,97
casos por 100 mil mulheres.
Registro também é a região administrativa onde as mulheres
têm mais filhos: 2,71, em média,
em 2000. É na região de São José
do Rio Preto (noroeste do Estado)
que está a menor taxa de fecundidade: 1,64 filho por mulher.
A região metropolitana, incluindo a cidade de São Paulo,
apresenta uma taxa de 2,31 filhos
por mulher.
A melhor média salarial para as
mulheres que são chefes de família é obtida na cidade de Águas de
São Pedro (190 km a noroeste de
São Paulo): R$ 1.299,76 por mês,
segundo dados de 2000.
Com R$ 1.279,25, a segunda colocada é Dumont (330 km a noroeste de SP). A capital fica só em
sexto lugar, com R$ 1.074,74 de
média salarial para mulheres chefes de família. A média do Estado,
para mulheres, é de R$ 796,29.
Onde saber mais: www.seade.gov.br
e www.condicaofeminina.com.br
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