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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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Assassinato cresce 45% entre mulheres paulistas

ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A violência está matando mais as mulheres paulistas. A proporção de assassinatos no Estado como causa de morte feminina subiu 45,45% entre 1993-1995 e 1999-2001 (veja quadro ao lado).
A pior situação está na região administrativa de São José dos Campos (nordeste do Estado de SP), onde o aumento na proporção de homicídios nesse período foi de 87,5% -quase o dobro da média estadual.
A região com maior redução nesse item é a de Presidente Prudente (no oeste paulista), com uma queda de 25,64%. A região metropolitana, que inclui a capital paulista, teve um aumento de 48,21%, pouco acima da média do Estado. Os dados referem-se a mulheres entre 10 e 49 anos.
Os principais motivos de óbito no grupo feminino continuam sendo as doenças cerebrovasculares (como derrames) e a Aids.
Os homicídios, que entre 93 e 95 eram a sétima causa de morte de mulheres, agora ocupam o terceiro lugar. Mas também há boas notícias: a participação da Aids como causa de morte diminuiu 20,69% no mesmo período.
Os números constam do projeto SP Mulheres em Dados, lançado ontem pela Seade (Fundação Estadual de Análise de Dados).
O estudo, financiado pela Fapesp (órgão estadual que financia pesquisas), cruza dados já existentes para traçar o perfil da situação da mulher nas cidades do Estado. O trabalho foi dividido em seis áreas: violência, população, saúde e reprodução, educação, trabalho e participação política.
O Conselho Estadual da Condição Feminina participa como parceiro e também sugeriu os temas escolhidos para o projeto.
"O objetivo é dar aos municípios condições de avaliar a situação da mulher e ampliar sua capacidade de propor políticas públicas", afirma Maria Cecília Comegno, funcionária da Seade e coordenadora do trabalho.
A região administrativa de Registro (no sudoeste de São Paulo), por exemplo, uma das mais pobres do Estado, apresenta alguns dos piores indicadores.
É onde as mulheres têm a menor esperança de vida: 73,47 anos. A média feminina do Estado é de 75,6 anos; na melhor região -a de Presidente Prudente-, chega a 77,05 anos.
A média de estupros entre 1997 e 2001 na região de Registro é de mais de 57,30 por 100 mil mulheres. A média estadual é de 28,55. A região metropolitana tem 19,97 casos por 100 mil mulheres.
Registro também é a região administrativa onde as mulheres têm mais filhos: 2,71, em média, em 2000. É na região de São José do Rio Preto (noroeste do Estado) que está a menor taxa de fecundidade: 1,64 filho por mulher.
A região metropolitana, incluindo a cidade de São Paulo, apresenta uma taxa de 2,31 filhos por mulher.
A melhor média salarial para as mulheres que são chefes de família é obtida na cidade de Águas de São Pedro (190 km a noroeste de São Paulo): R$ 1.299,76 por mês, segundo dados de 2000.
Com R$ 1.279,25, a segunda colocada é Dumont (330 km a noroeste de SP). A capital fica só em sexto lugar, com R$ 1.074,74 de média salarial para mulheres chefes de família. A média do Estado, para mulheres, é de R$ 796,29.

Onde saber mais: www.seade.gov.br e www.condicaofeminina.com.br


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