DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um avião de caça e interceptação Mirage-IIIE da FAB (Força Aérea Brasileira) caiu ontem, às 11h20, logo após decolar da Base Aérea de Anápolis (GO).
O piloto do avião, Ricardo Cabral da Silva, conseguiu se ejetar e não ficou ferido. O avião caiu em uma área desabitada perto da cabeceira da base, que sedia o 1º GDA (Grupo de Defesa Aérea), responsável pela proteção do espaço aéreo de uma área que engloba Brasília e os principais centros urbanos do país.
A Aeronáutica abriu um inquérito sobre o acidente, mas as informações preliminares dão conta de que o acidente foi causado por uma falha mecânica.
O incidente vai alimentar a discussão interna na FAB sobre o processo de substituição do Mirage. Reservadamente, oficiais falavam ontem sobre o risco de manter os aviões no ar -a vida útil acaba em 2005, mas nada garante que não possa haver novos acidentes, apesar dos poucos incidentes registrados em 31 anos de atividade do aparelho.
Os Mirage seriam substituídos no programa F-X, que previa um gasto de US$ 700 milhões para a compra de 12 novos aviões. Com o acidente de ontem, são agora 13 Mirage operacionais e quatro de treinamento.
No começo do ano, o novo governo suspendeu o programa por um ano, alegando que o gasto era incompatível com o esforço de combate à fome. Só que o dinheiro não seria desembolsado nem agora nem de uma vez, desarmando o argumento.
Concorrem à substituição dos Mirage a versão 2000BR do mesmo modelo, da Dassault francesa em consórcio com a Embraer, os russos Sukhoi-35 (Avibrás brasileira e Rosoboronexport russa) e MiG-29 (Mapo russa), F-16 (Lockheed, EUA) e Gripen (Saab sueca e BAe britânica).

Cumbica
No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, por volta das 16h, um jatinho bimotor da FAB fez um pouso forçado após ter problemas no trem de pouso. Os dois pilotos e seis tripulantes não sofreram ferimentos.
A aeronave pertence ao Grupo Especial de Inspeção em Vôo, sediado no Rio.
(IGOR GIELOW)