São Paulo, terça-feira, 08 de março de 2011

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Coisa de cinema

Unidos da Tijuca apresenta efeitos especiais na Sapucaí, e Salgueiro, mesmo com tempo estourado, faz belo desfile

Danilo Verpa/Folhapress
Carro abre-alas do Salgueiro

DO RIO

A arara azul da animação "Rio", ainda inédita, Madame Satã alternando vestimenta de homem e mulher; na bateria, a fantasia de soldados do Bope remetia ao maior sucesso do cinema nacional: "Tropa de Elite".
Essas e outras referências ao cinema compuseram o desfile do Salgueiro, segunda escola a desfilar ontem.
A agremiação acabou prejudicada por ter estourado o tempo em 11 minutos, o que a deixa longe do título -a bateria sequer fez o tradicional recuo para não atrasar ainda mais; os componentes, aos prantos, passaram a linha final literalmente correndo.
Além disso, os carros enfrentavam problemas para serem retirados de forma rápida da dispersão, e alguns se chocaram. No balanço final, porém, a homenagem à sétima arte acabou sendo bonita.
O cinema, inclusive, já havia sido o ponto forte na noite anterior, com a atual campeã, Unidos da Tijuca, que misturou gorilas se atirando sobre o público, comissão de frente que "tirava" a cabeça e bruxinhos de Hogwarts, escola de Harry Potter.
Se Paulo Barros, da Tijuca, trouxe ao público um desfile que lembrava a parada de um parque temático na Flórida, o Carnaval de Renato e Marcia Lage, do Salgueiro, transformou a Sapucaí em um grande teatro musical, com ares do Rio dos anos 40.
Sapateadores acompanhavam o ritmo da bateria com som produzido por suas solas. Uma equipe filmava o público e o resultado era transmitido, ao vivo, por um "cinema" numa alegoria.
Na Tijuca, a ideia foi usar cenas de cinema para falar sobre o medo: o tema era "Esta Noite Levarei sua Alma".
O resultado foi o grito de "bicampeã" da plateia.
"Eu só tinha dois medos. Um, de montanha russa. O outro era algo dar errado no desfile. Agora, só tenho medo de montanha russa", disse Paulo Barros, para quem a apresentação foi "perfeita".
O desfile de ontem foi aberto pela União da Ilha. Uma das vítimas do incêndio que atingiu a Cidade do Samba, a escola veio desfalcada -muitas alas tinham poucos integrantes com as fantasias completas-, mas feliz.
No final da escola, uma faixa carregada pelos funcionários do barracão resumia o sentimento da agremiação: "nosso barracão pegou fogo, mas graças a Deus nenhum de nós se queimou".


Próximo Texto: Ronaldinho vira folião-modelo; Gisele não decola
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.