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REFORMA INTERROMPIDA
Ação judicial e falta de verba paralisam obras
Recuperação do obelisco está parada
DO "AGORA"
Um entrave jurídico e a falta
de verbas paralisaram a restauração do Memorial da Revolução de 1932, conhecido como
obelisco do Ibirapuera, um dos
principais monumentos de São
Paulo. Atrasada há quatro meses, a conclusão das obras, prevista para dezembro, ainda depende de intervenções como
impermeabilização, instalação
de segurança eletrônica e retirada completa de pichações.
O projeto paisagístico também não ficou pronto. O mato
da praça Ibrahim Nobre permanece alto e mendigos continuam acampados no local, como quando as obras foram retomadas, em 13 de setembro.
Ninguém trabalha no restauro, conforme apurou a reportagem no local. Restos de concreto estão acumulados ao lado do
obelisco e, sem vigia, há lixo espalhado pela grama da praça.
"Fizemos a limpeza da parte
externa, a remoção possível das
pichações com detergente e a
parte hidráulica, que são as intervenções permitidas diante
da ação judicial", afirmou o arquiteto Francisco Zorzetti, da
Companhia de Restauro, responsável pelo trabalho. "As
verbas que foram captadas no
mercado não chegaram ainda
em um valor para suprir tudo
isso [as obras que faltam]."
A ação judicial, segundo o arquiteto, é movida pela família
do escultor do obelisco, o italiano Galileo Emendabili, que
morreu aos 76 anos, em 1974.
"O caso ainda está sub judice", informou o general Euclides Bueno, da Sociedade dos
Veteranos de 32, entidade que
recebeu da prefeitura a concessão para administrar as obras.
A família Emendabili entrou
na Justiça contra o projeto por
achar que a empresa de telefonia patrocinadora das obras estava usando o monumento para propaganda indevida.
A Justiça permitiu a retomada das obras em setembro, mas
sem publicidade no local, o que
dificultou a captação de verbas
privadas, explicou o arquiteto.
A Secretaria Municipal de
Cultura informou que uma
ação no Ministério Público tenta viabilizar a parceria entre a
sociedade de veteranos, a prefeitura e o governo estadual para a conclusão da restauração.
A reportagem não conseguiu
localizar a família Emendabili.
Inaugurado em 1955, o obelisco de 72 metros de altura
abriga 800 corpos de combatentes.
(Diego Zanchetta)
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