São Paulo, sábado, 08 de abril de 2006

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REFORMA INTERROMPIDA

Ação judicial e falta de verba paralisam obras

Recuperação do obelisco está parada

DO "AGORA"

Um entrave jurídico e a falta de verbas paralisaram a restauração do Memorial da Revolução de 1932, conhecido como obelisco do Ibirapuera, um dos principais monumentos de São Paulo. Atrasada há quatro meses, a conclusão das obras, prevista para dezembro, ainda depende de intervenções como impermeabilização, instalação de segurança eletrônica e retirada completa de pichações.
O projeto paisagístico também não ficou pronto. O mato da praça Ibrahim Nobre permanece alto e mendigos continuam acampados no local, como quando as obras foram retomadas, em 13 de setembro.
Ninguém trabalha no restauro, conforme apurou a reportagem no local. Restos de concreto estão acumulados ao lado do obelisco e, sem vigia, há lixo espalhado pela grama da praça.
"Fizemos a limpeza da parte externa, a remoção possível das pichações com detergente e a parte hidráulica, que são as intervenções permitidas diante da ação judicial", afirmou o arquiteto Francisco Zorzetti, da Companhia de Restauro, responsável pelo trabalho. "As verbas que foram captadas no mercado não chegaram ainda em um valor para suprir tudo isso [as obras que faltam]."
A ação judicial, segundo o arquiteto, é movida pela família do escultor do obelisco, o italiano Galileo Emendabili, que morreu aos 76 anos, em 1974.
"O caso ainda está sub judice", informou o general Euclides Bueno, da Sociedade dos Veteranos de 32, entidade que recebeu da prefeitura a concessão para administrar as obras.
A família Emendabili entrou na Justiça contra o projeto por achar que a empresa de telefonia patrocinadora das obras estava usando o monumento para propaganda indevida.
A Justiça permitiu a retomada das obras em setembro, mas sem publicidade no local, o que dificultou a captação de verbas privadas, explicou o arquiteto.
A Secretaria Municipal de Cultura informou que uma ação no Ministério Público tenta viabilizar a parceria entre a sociedade de veteranos, a prefeitura e o governo estadual para a conclusão da restauração.
A reportagem não conseguiu localizar a família Emendabili.
Inaugurado em 1955, o obelisco de 72 metros de altura abriga 800 corpos de combatentes. (Diego Zanchetta)


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