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EDUCAÇÃO
Ato da categoria reuniu 6.000 pessoas, segundo a PM;
sindicato decide manter paralisação, que começou em 28 de março
Prefeitura diz que irá cortar ponto de professor grevista
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria de Gestão informou ontem que irá descontar os
dias parados de professores e funcionários, que iniciaram uma greve no último dia 28 -a mais longa da categoria desde 1987. Apesar da ameaça, a categoria decidiu
manter a paralisação.
"Espero que essa decisão seja
revista, porque, se não houver pagamento dos dias parados, não
haverá reposição de aulas", disse
Cláudio Fonseca, do Simpeen
(sindicato dos professores). A assembléia foi realizada na avenida
Paulista, que ficou interditada por
cerca de uma hora e meia no sentido Consolação.
A manifestação reuniu cerca de
6.000 pessoas, segundo a Polícia
Militar. Após o ato no vão livre do
Masp, houve uma passeata até a
prefeitura, no centro. Segundo os
organizadores, 20.000 pessoas
participaram da manifestação.
A categoria reivindica um piso
salarial de R$ 960. Hoje, o vencimento inicial dos professores é de
R$ 509; para os com ensino superior, é de R$ 615.
Alegando dificuldades financeiras, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), afirmou ontem que a sua gestão vai manter a
proposta já feita, de pagar uma
antecipação de R$ 350 em julho,
referente à gratificação de desempenho educacional, que estava
prevista para ficar em R$ 165. "Esperamos que os professores tenham espírito público", disse o
prefeito.
Esses valores foram rejeitados
ontem na assembléia dos educadores. Ao colocar o tema em votação, o presidente do Sinpeem afirmou também que a greve pressionará a prefeitura para que não
desconte o dia parado do salário
dos manifestantes.
A categoria espera que a gestão
Kassab faça uma nova proposta
na próxima quarta-feira, quando
está prevista uma rodada de negociação com os representantes
de todos os servidores públicos
municipais.
Segundo a entidade, 75% das
escolas estão com as atividades
totalmente ou parcialmente paradas. Já a prefeitura afirma que em
10% das unidades a greve é mais
intensa, e em outros 10%, menos
intensa; no restante, as atividades
estão normais.
Outras manifestações
Os grevistas também marcaram
ontem outras duas manifestações. A primeira será na terça-feira, em frente à Secretaria da Educação, na Vila Mariana (zona sul
da cidade). A outra, na quarta, será em frente à Secretaria de Gestão, no centro, quando haverá nova assembléia.
Além da reivindicação salarial, a
categoria pede mudanças no projeto São Paulo é uma Escola, implantado ainda na gestão José Serra (PSDB). O programa prevê atividades extracurriculares antes e
depois das aulas.
O Sinpeem diz que esse projeto
desestruturou programas já consolidados, como as salas de informática e as de leitura, além de não
haver funcionários suficientes.
A Secretaria da Educação nega e
diz que todas as atividades foram
mantidas. Além disso, segundo a
pasta, houve contratação de oficineiros para as atividades extracurriculares.
Trânsito
A manifestação dos professores
fechou a avenida Paulista no sentido Consolação na altura do
Masp, das 15h às 16h30. O trânsito
ficou parado até a praça Oswaldo
Cruz. Motoristas ficaram irritados com a interdição e buzinaram
durante todo o tempo.
"Eles deveriam deixar algumas
faixas livres. Muita gente precisa
passar. Também há ambulâncias
que passam por aqui", disse o estudante Gabriel Verea, 18, que demorou quase 20 minutos para andar dois quarteirões. "Isso aqui
pára a cidade inteira. Eles têm o
direito de se manifestar, mas deveria ser de outra forma", afirmou
o taxista Ivaldo Cervelli, 35.
Após a assembléia na avenida
Paulista, os manifestantes caminharam até o viaduto do Chá, interditando duas das quatro faixas
da avenida Consolação. A manifestação acabou às 18h, em frente
à prefeitura.
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