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Empresa já se mobiliza por pedágio urbano
CCR, principal concessionária de rodovias do país, manifestou abertamente interesse em um projeto do tipo em São Paulo
Cidade já segue diretrizes favoráveis a um futuro pedágio urbano e mobiliza grupos com interesse nesse mercado bilionário
ALENCAR IZIDORO
ENVIADO A BUENOS AIRES
Sem que nada tenha sido
anunciado ou seja admitido oficialmente, a cidade de São Paulo começou a seguir diretrizes
favoráveis a um futuro pedágio
urbano e já mobiliza interessados nesse mercado bilionário.
O cenário para uma eventual
cobrança nos próximos anos
envolve ações de preparação da
infra-estrutura e para atenuar a
resistência à taxação do carro.
Por exemplo, duas medidas
programadas para logo depois
das eleições municipais de
2008: a cobrança de tarifa para
rodar no trecho oeste do Rodoanel e a instalação de chips
em toda a frota paulistana
-que permitem a identificação
automática dos veículos.
A articulação de grupos privados atraídos para a possível
lucratividade de um pedágio
urbano não é mais mistério.
A CCR, principal concessionária de rodovias do país, manifesta-se abertamente interessada em um projeto do tipo na
capital paulista. O grupo destaca há mais de dois anos seus
executivos para avaliar os sistemas existentes pelo mundo.
"O pedágio no Rodoanel é um
modelo mais próximo que a
gente tem hoje de um início de
cobrança em um trecho bastante urbano", afirma Harald
Zwetkoff, gerente de novos negócios da CCR, que venceu a
concessão para cobrar uma tarifa de R$ 1,17 no trecho oeste.
"O tráfego urbano é um mercado a ser desenvolvido", diz.
A proposta de pedágio urbano na marginal Tietê ou para
entrar no centro é rejeitada por
até 74% da população, conforme pesquisa do Datafolha.
Mas, implantada em lugares
como Londres e Estocolmo, virou atração crescente tanto de
técnicos como de administradores de estradas -a ponto de
ser destaque de um evento da
IBTTA (associação internacional de concessionárias de rodovias com pedágio) acompanhado pela Folha na última semana em Buenos Aires.
Em São Paulo, a principal
crítica à medida está ligada à
própria deficiência do transporte público da cidade para
que seja opção ao automóvel.
Porém a restrição se aproxima
do estudos e análises políticas.
Dario Rais Lopes, ex-secretário dos Transportes no governo
Geraldo Alckmin (PSDB), foi à
Argentina estudar de perto as
propostas de pedágio urbano.
Motivo: foi contratado por
um líder do PTB, tradicional
aliado dos tucanos, para sugerir um pacote de melhorias no
transporte para São Paulo -e
que embutem ações como a cobrança em áreas urbanas.
"O pedágio urbano não é a
solução da lavoura, mas tem
que fazer parte de um conjunto
de medidas", defende Lopes.
O jornalista viajou a convite da CCR
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