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Projeto flexibiliza Código de Ética de vereador
Proposta elimina regras como a que proíbe que a administração pública mantenha contrato, sem licitação, com um vereador
Projeto apresentado pela Mesa Diretora da Câmara foi retirado da pauta ontem após 3 partidos pedirem tempo para analisar o texto
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os vereadores que ocupam
cargos na Mesa Diretora da Câmara de São Paulo apresentaram um projeto que flexibiliza
vários pontos do Código de Ética, como o que proíbe que o vereador, seu cônjuge ou qualquer empresa contratada pelo
parlamentar mantenham contrato, sem licitação, com a administração pública.
A proposta que revê o conceito de decoro parlamentar
-aplicável em eventuais processos contra vereadores pela
Corregedoria da Casa- entrou
ontem na pauta de discussões
da Câmara de São Paulo, mas
foi retirado a pedido dos líderes. Partidos como PSDB, PT e
PPS pediram tempo para analisar o texto do projeto.
Outra mudança é a que proíbe a participação do vereador
em empresa que "goze de favor
decorrente de contrato" com
órgãos da administração.
Escalado para defender o
texto, o 2º secretário da Mesa,
Milton Leite (DEM), alega que
a Lei Orgânica do Município já
veda a assinatura de contrato
entre vereadores e o governo.
Para ele, estender esse veto aos
cônjuges contraria o preceito
de que todos são iguais.
"Essa lei da Corregedoria é
inconstitucional. Estamos corrigindo as aberrações que um
maluco escreveu", justificou
Leite, numa menção ao código
aprovado em 2003.
Líder do PSDB, Carlos Alberto Bezerra afirma, porém, que a
mudança permitiria que o vereador atuasse como representante de fornecedores.
"Esse projeto é absolutamente ilegal e tem uma proposta absurda. É totalmente inoportuno", criticou Bezerra.
Além disso, hoje o vereador
assume a responsabilidade pelo uso de influência de seu cargo em benefício próprio ou de
terceiros. Pela nova redação, o
vereador se exime de responder, por exemplo, pelos atos de
um assessor.
Elaborada pelo vereador Antônio Goulart (PMDB), a proposta derruba ainda a regra que
impede os parlamentares de
serem relatores de projetos de
interesse de doadores de recursos para a sua campanha.
O projeto também suprime o
trecho que proíbe o uso de "recursos" e "funcionários" da Câmara e do Executivo para "fins
privados".
"Foi um esboço de projeto.
Vários líderes pediram a retirada. Há muitas coisas inconstitucionais. Acho que não vai
prosperar", disse o líder do PT,
João Antônio, afirmando que
desconhecia o teor do projeto.
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