São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Kassab afirma que ônibus não vai piorar e que ameaça é "provocação"

Prefeito diz que empresas terão que conviver com congelamento de repasses

RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Gilberto Kassab (DEM) disse ontem que o congelamento de parte dos repasses de verbas às empresas de ônibus é inevitável e que os empresários terão que conviver com isso, mas negou que a medida vá prejudicar a qualidade do transporte em São Paulo.
A ameaça foi feita pelas concessionárias na semana passada, em carta à Câmara Municipal -publicada no "Diário Oficial" de sábado.
"É evidente que [o serviço de ônibus] não irá piorar. Eles têm obrigações com a cidade e irão cumprir, porque sabem que há um governo que fiscaliza", disse Kassab. Ele classificou como "provocação" a afirmação de que haverá "prejuízos irreparáveis na qualidade dos serviços" feitos por empresas de ônibus. "Seria até infantil cair nisso."
Segundo o prefeito, o contingenciamento "é inegável" por conta da crise na economia, e as empresas terão que esperar até que a prefeitura tenha "certeza de que as receitas comportam que as ações sejam ampliadas" para voltar a receber incentivos à renovação de frota, congelados desde o início do ano.
O prefeito afirmou que será "compreensivo" com as queixas de fornecedores insatisfeitos. "Temos recebido diversos ofícios como esse [das empresas de ônibus]." Kassab negou a alegação feita na carta -assinada por sete das oito empresas- de que a prefeitura deu a uma das concessionárias reajuste superior ao das demais.

Ameaça de greve
As queixas das empresas de ônibus coincidem com o início das negociações de reajuste salarial de cobradores e motoristas, com data-base em maio.
"Não vamos aceitar que as empresas deixem de dar o reajuste pela falta de repasses da prefeitura. Não estamos pedindo nada fora da realidade da crise", disse o presidente do sindicato dos motoristas e cobradores, Isao Hosogi, após a primeira rodada de negociações, ontem pela manhã.
Eles pedem cerca de 10,5% de reposição salarial. O sindicato das empresas ainda não fez contraproposta -diz que a definição do reajuste é a última etapa da negociação.


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