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Kassab afirma que ônibus não vai piorar e que ameaça é "provocação"
Prefeito diz que empresas terão que conviver com congelamento de repasses
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) disse ontem que o congelamento de parte dos repasses de verbas às empresas de
ônibus é inevitável e que os empresários terão que conviver
com isso, mas negou que a medida vá prejudicar a qualidade
do transporte em São Paulo.
A ameaça foi feita pelas concessionárias na semana passada, em carta à Câmara Municipal -publicada no "Diário Oficial" de sábado.
"É evidente que [o serviço de
ônibus] não irá piorar. Eles têm
obrigações com a cidade e irão
cumprir, porque sabem que há
um governo que fiscaliza", disse Kassab. Ele classificou como
"provocação" a afirmação de
que haverá "prejuízos irreparáveis na qualidade dos serviços"
feitos por empresas de ônibus.
"Seria até infantil cair nisso."
Segundo o prefeito, o contingenciamento "é inegável" por
conta da crise na economia, e as
empresas terão que esperar até
que a prefeitura tenha "certeza
de que as receitas comportam
que as ações sejam ampliadas"
para voltar a receber incentivos
à renovação de frota, congelados desde o início do ano.
O prefeito afirmou que será
"compreensivo" com as queixas de fornecedores insatisfeitos. "Temos recebido diversos
ofícios como esse [das empresas de ônibus]." Kassab negou a
alegação feita na carta -assinada por sete das oito empresas-
de que a prefeitura deu a uma
das concessionárias reajuste
superior ao das demais.
Ameaça de greve
As queixas das empresas de
ônibus coincidem com o início
das negociações de reajuste salarial de cobradores e motoristas, com data-base em maio.
"Não vamos aceitar que as
empresas deixem de dar o reajuste pela falta de repasses da
prefeitura. Não estamos pedindo nada fora da realidade da
crise", disse o presidente do
sindicato dos motoristas e cobradores, Isao Hosogi, após a
primeira rodada de negociações, ontem pela manhã.
Eles pedem cerca de 10,5%
de reposição salarial. O sindicato das empresas ainda não fez
contraproposta -diz que a definição do reajuste é a última
etapa da negociação.
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