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Brasileiro come mais fruta e menos feijão
Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais também apontou aumento no número de sedentários
Para responsável pelo estudo, queda no consumo do feijão está associada ao seu tempo de preparo e ao
ritmo de vida mais acelerado
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os brasileiros estão comendo
mais frutas e hortaliças e menos feijão. O dado é de uma
pesquisa divulgada ontem pelo
Ministério da Saúde que mostrou também um aumento do
número de sedentários. O levantamento foi feito por telefone com 54.367 pessoas nas
capitais do país.
Em 2006, 71,9% da população adulta comia feijão pelo
menos cinco vezes por semana.
Em 2009, a proporção caiu para 65,8%. O ministro José Gomes Temporão (Saúde) disse
que a queda é preocupante porque o alimento é importante
fonte de fibras e proteínas.
Para Déborah Malta, uma
das responsáveis pela pesquisa
no ministério, a principal causa
da queda se deve ao tempo que
o feijão requer para ser preparado. Com um ritmo de vida cada dia mais corrido, as pessoas
acabam por optar por comidas
mais rápidas, incluindo as industrializadas. Além disso, as
pessoas passaram a comer mais
vezes fora de casa.
Outro reflexo do mesmo fenômeno é o consumo de refrigerantes e sucos artificiais, que
ocorre ao menos uma vez por
semana para 76% dos adultos.
A boa notícia do perfil alimentar do brasileiro é o aumento do consumo de pelo menos cinco porções diárias de
frutas e hortaliças, que subiu de
7,1% para 18,9% da população
de 2006 a 2009. Mesmo com o
índice ainda baixo, Malta acredita que o aumento reflete uma
maior conscientização sobre a
alimentação saudável.
O levantamento do Ministério da Saúde mostrou também
que a proporção de sedentários
no país subiu de 13,2%, em
2006, para 16,4% três anos depois. São pessoas que não fazem nenhuma atividade física.
Os representantes do governo afirmam que o trânsito, que
reduz o tempo para o lazer, a
violência e a falta de praças e
parques agravam o problema.
Não por acaso, a cidade de
São Paulo é a capital onde menos pessoas praticam atividades físicas em quantidade suficiente, ou seja, pelo menos 30
minutos diários em cinco dias
da semana. A cidade, por outro
lado, tem o segundo menor índice de sedentarismo.
A capital com mais pessoas
que não fazem nenhum exercício é o DF: 20% dos adultos.
Para Marisete Peralta, professora da UnB (Universidade
de Brasília), o fator que mais
contribui para o avanço do sedentarismo é o desenvolvimento tecnológico. Exemplos: com
a internet, não é preciso mais
sair de casa para fazer compras;
e, com remédios que ajudam a
controlar doenças como o colesterol, as pessoas acabam dispensando os exercícios físicos.
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