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EDUCAÇÃO
Novo pacote de segurança nas escolas, anunciado ontem, prevê mais câmeras, vigias e carros da PM nas rondas
Plano de Alckmin inclui até revistar alunos
RENATO ESSENFELDER
DA REPORTAGEM LOCAL
Faltando cinco meses para as
eleições, o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
anunciou ontem seu pacote de segurança para as escolas, que inclui
mais 471 carros de polícia, câmeras de TV, 2.000 vigias e até mesmo a possibilidade, admitida pelo
secretário da Segurança Pública,
Saulo de Castro Abreu Filho, de
revistar os alunos.
Paralelamente ao pacote, a 3ª
Companhia do 1º BPM (Batalhão
de Policiamento Militar) anunciou também ontem que pretende
fazer um teste piloto com detectores de metal na porta das escolas
do Capão Redondo (zona sul) na
próxima semana. Quatro soldados, dois homens e duas mulheres, irão revistar todos os alunos
do período noturno.
O teste será realizado em uma
escola de nome não divulgado, na
região do 1º BPM. Se der certo, a
PM irá fazer blitze em toda a área,
realizando a revista cada dia em
uma escola diferente.
As medidas seguem a filosofia
do secretário Abreu Filho. "Tudo
aquilo que precisar ser feito para
efeito de segurança pública vai ser
feito. A polícia vai atuar dentro
dos limites da lei, mas com toda a
energia e eficácia que precisar".
Outras medidas previstas no
pacote dizem respeito à ampliação de 1.970 para 3.970 unidades
de ensino monitoradas por câmeras de TV, treinamento de professores para lidar com alunos problemáticos, reforma de portões e
muros e ocupação de todas as 997
zeladorias vagas no Estado.
Por indicação
A Secretaria de Estado da Educação prevê contratar até o fim de
junho 2.000 vigias em regime de
urgência, sem concurso público.
Os candidatos serão indicados
pela Associação de Pais e Mestres.
O salário inicial será de R$ 510, e
os profissionais serão treinados
pela própria pasta da Segurança.
Já os 471 carros de polícia serão
pintados com a designação "patrulha escolar". Com isso, diz
Alckmin, a população poderá fiscalizar o uso correto dos veículos.
O custo de implantação das medidas será de R$ 98 milhões. O governador negou que tenha interesse eleitoral no pacote. Segundo
ele, o governo vem intensificando
o policiamento nas escolas há pelo menos três anos.
Violência
Neste ano, vários alunos foram
assassinados em São Paulo, alguns até dentro das escolas.
Foi o caso de Fabiana dos Santos Silva, 17, morta na escola estadual Professora Celestina Burrol,
em Santo André, no ABC paulista,
no dia 3 de abril. O assassino, que
atirou do portão da escola, fugiu.
Cléber Almeida do Carmo, 13,
foi morto com cinco tiros em 14
de abril. Os estudantes Rafael Barbato da Silva, 19, e David Vieira da
Silva, 18, foram baleados no último dia 17, no pátio da escola estadual Elói Lacerda (Osasco).
Os tiros teriam sido dados por
um aluno que ficou irritado com
uma brincadeira da dupla -eles
estavam apagando e acendendo a
luz do pátio. Na mesma escola,
alunos disseram que tinham de
pagar pedágio de até R$ 10 a traficantes para entrar no colégio.
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