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ANÁLISE
Investir no professor é a saída
GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA
Programas lançados em
ano eleitoral produzem - e
com fundadas razões- suspeitas, ainda mais quando envolvem
temas tão emocionais como a
violência, principal tema da eleição ao governo de São Paulo. Dificilmente o governador Geraldo
Alckmin, ao lançar o programa
de combate à violência nas escolas, conseguiria escapar de tal
suspeita; até porque a viabilização daquelas idéias dependem de
sua reeleição.
Teoricamente, porém, o plano
faz sentido, menos pelo anúncio
de medidas repressivas e mais
pelas preventivas, que, porém,
exigem mais tempo e mais recursos. Em vários países (e, inclusive, no Brasil), abrir as escolas nos
finais de semana é uma experiência que tem enriquecido a comunidade com mais espaços para lazer.
Foi lançada uma idéia capaz de
produzir maior respeito da comunidade pela escola: dar uma
bolsa aos estudantes para reformar e preservar a própria escola,
num programa de renda mínima
vital nas áreas violentas.
O mais importante para combater a violência -e também o
mais difícil- é capacitar o professor para transformar a escola
num espaço de formação do cidadão, ajudando-o a desenvolver
habilidades e responsabilidades.
O que significa, na prática, que
o professor é um descobridor e
estimulador de talentos. Exigem-se, assim, um novo professor e
um novo currículo, mais voltado
ao cotidiano e ao fazer.
Sem a mudança do professor e
da valorização do espaço escolar,
integrado pela comunidade, as
câmeras e detectores de metal são
inúteis -ou, pelo menos, úteis
eleitoralmente.
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