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Sob nova gestão, polícia fez 27 prisões
DA SUCURSAL DO RIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Pouco mais de um mês depois
de Benedita da Silva (PT) ter assumido o governo do Rio, a Secretaria Estadual da Segurança Pública, em parceria com a PF (Polícia
Federal), já prendeu 16 membros
do bando de Ernaldo Pinto Medeiros, o Uê, líder da facção ADA
(Amigo dos Amigos), e mais 11
acusados de atuar no tráfico, o
principal deles Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém.
Questionado se a troca de comando das polícias Civil e Militar
teria favorecido a captura de Celsinho, o secretário da Segurança
Pública, Roberto Aguiar, disse
que sim. "Houve uma mudança
na mentalidade. Passamos a valorizar o policial de ponta. Antigamente, todo criminoso, ao ser
preso, era apresentado na secretaria. Agora, não. Fizemos questão
de apresentá-lo na própria delegacia que o prendeu", disse.
O chefe da Polícia Civil, Zaqueu
Teixeira, deu uma alfinetada na
gestão do antecessor de Aguiar, o
coronel Josias Quintal, da PM
(Polícia Militar). "Eles ofereciam
recompensa de R$ 50 mil, e nós
prendemos em um mês."
Quintal disse que a prisão de
Celsinho aconteceria "a qualquer
momento". "Não venham dizer
que a prisão de Celsinho é fruto de
uma nova postura da Polícia Civil.
A prisão foi um encontrão, quase
que um acaso, que ocorreu por
causa de um informação boa que
chegou na hora certa à DRF."
O deputado estadual Hélio Luz
- sem partido desde que saiu do
PT, no mês passado - afirmou
que a prisão "tem tudo a ver com
o novo governo".
"A prisão de Celsinho é um sinal
claro e objetivo de que o novo
chefe da Polícia Civil não tem
acerto com ninguém. A partir do
momento que cai a questão do
acerto, surge o trabalho policial.
Não adianta ficar fazendo planinho de segurança sem tocar na
questão principal, que é o controle interno das polícias", disse Luz.
Para Quintal, acertos da polícia
começaram a existir no novo governo-uma referência a um suposto acordo com as comunidades para não ocupar os morros.
O sociólogo Ignacio Caño, da
Uerj (Universidade do Estado do
Rio de Janeiro) disse que ainda é
cedo para avaliar a política de segurança pública do governo de
Benedita. Afirmou, no entanto,
que as prisões de Celsinho e a desarticulação da quadrilha de Uê
mostraram ser possível sucesso
por meio de um trabalho de inteligência policial.
(MHM e KR)
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