São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DROGAS

Voz na gravação da polícia é de outra pessoa, diz ele

Cantor Belo nega acusações de envolvimento com narcotráfico

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em depoimento prestado ontem na Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, negou as acusações de que teria ligações com o traficante Valdir Ferreira, o Vado, da favela do Jacarezinho, na zona norte da capital fluminense.
Belo afirmou que não era sua a voz gravada, com autorização da Justiça, em um telefonema dado por Vado para a casa onde mora o cantor, na zona oeste.
A gravação mostra que, na conversa, Vado pede R$ 11 mil para comprar o que chama de "tecido fino", que seria, segundo a polícia, uma gíria para cocaína.
A voz que seria de Belo pede em troca um "tênis AR", que seria, ainda de acordo com a polícia, um fuzil AR-15.
Belo disse no depoimento que sua casa está sempre em obra e que já chegou a receber 20 trabalhadores simultaneamente. Segundo ele, pode ter sido um deles que falou com o traficante.
O cantor disse ao delegado Ricardo Hallack que não é rico "como dizem" e que não tem carros em seu nome. O Jaguar, o Audi e o Mercedes que ficam em sua garagem foram adquiridos em regime de leasing (aluguel com opção de compra). Ele afirmou estar na cidade há um ano e oito meses e que não sabe chegar à favela do Jacarezinho.
Rodrigo dos Santos, irmão de Viviane Araújo, noiva de Belo, também prestou depoimento, pois o telefone de onde a conversa foi gravada está em seu nome. Segundo ele, o aparelho foi transferido da casa onde moram os pais de Viviane (Jacarepaguá, zona oeste) para a casa de Belo, no Recreio dos Bandeirantes (oeste).
O cantor negou ter uma coleção de armas. Segundo o delegado, ele admite possuir um revólver.

Exame
O policial disse não saber se será necessário enviar a fita à Unicamp, onde funciona um laboratório habilitado a fazer exames de voz. O objetivo seria saber se a voz da fita é do cantor.
"As investigações continuam. Ainda há muita gente a ser ouvida", disse o delegado.



Texto Anterior: PM é preso acusado de participar de sequestro
Próximo Texto: Panorâmica - Hortolândia: Atentado atinge empresa de prefeito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.