MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia depois de o PT estadual revogar a expulsão de Carlos Giannazi, membros do Diretório Municipal do partido, ligados à prefeita Marta Suplicy, voltaram a falar em expulsar o vereador.
Eles pretendem entrar com um recurso no Diretório Nacional do PT para anular a decisão do diretório estadual, caso Giannazi não pare de criticar a prefeita.
O PT estadual revogou anteontem a expulsão -aprovada pelo diretório municipal no último dia 16- e suspendeu Giannazi por um ano, a contar de 27 de dezembro do ano passado, quando o vereador foi punido pela primeira vez, após ter votado contra o projeto da prefeita que incluiu novos gastos na verba da educação.
A revogação da expulsão foi uma tentativa de atenuar a crise aberta no partido e que poderia prejudicar as campanhas de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência e de José Genoíno ao governo do Estado de São Paulo.
"Entendemos que o melhor caminho é a expulsão porque Giannazi continua desqualificando o partido e atacando secretários, mas ainda estamos avaliando", disse o líder do PT na Câmara Municipal, Arselino Tatto.
A Folha apurou que parte dos secretários de Marta e petistas ligados a Rui Falcão (Governo) também apóiam a expulsão.
"Estão fazendo lobby contra mim. O que está em jogo é me deixar de fora da escolha do novo presidente da Câmara. Meu voto é decisivo. Eles querem lançar o Tatto e sabem que eu vou votar contra", disse Giannazi.
O presidente municipal do PT, Ítalo Cardoso, disse que o novo pedido de expulsão pode vir a acontecer, mas segundo ele, o comportamento do vereador é decisivo para isso.
Giannazi deve decidir hoje se recorre ao Diretório Nacional do PT contra a pena de suspensão. Ele diz sentir-se injustiçado.
"O que estou criticando é o projeto da prefeita. Quem está degradando a imagem do PT é esse grupo ligado à Marta e à família Tatto", disse Giannazi.



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