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EM DOSE DUPLA
Aos seis, menino terá irmã gêmea
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao entrar na maternidade para
dar à luz Alissa até o fim deste
mês, Alessandra Câmara Silveira,
32, de São José do Rio Preto (SP),
realizará o sonho de ser mãe de
um casal de gêmeos. O inusual é
que as crianças terão uma diferença de idade de seis anos.
Alissa, enquanto embrião, ficou
cinco anos congelada em uma clínica de reprodução assistida com
outros nove embriões resultantes
de um único ciclo de fertilização
in vitro (FIV), realizado há sete
anos.
Naquela época, Alessandra fez
um tratamento de reprodução assistida e engravidou de João Marcelo, que completou seis anos anteontem. Os embriões excedentes, um total de dez, foram congelados em um tanque de nitrogênio líquido a -190C.
Ano passado, atendendo aos
apelos do filho, que pedia uma
"irmãzinha", ela decidiu transferir dois dos embriões congelados.
Um deles se fixou e, para a surpresa da família, era uma menina.
Como ambos vieram de óvulos
de um mesmo ciclo e foram fecundados no mesmo dia, são considerados pelos médicos gêmeos
não-idênticos, ou fraternos. Apenas terão idades distintas.
Segundo o médico José Gonçalves Franco Júnior, da clínica Sinhá Junqueira, de Ribeirão Preto
(SP), que fez o tratamento em
Alessandra, apesar de a fertilização dos dois ter ocorrido na mesma época, a garota sempre será
mais nova porque as células não
se dividem enquanto o embrião
está congelado.
"Foi muita sorte vir uma menina porque, embora desejássemos
muito, não escolhemos os embriões. Foram descongelados três,
mas um não resistiu. Transferimos então dois e taí a Alissa. Minha família agora está completa",
afirma Alessandra, que pretende
doar os sete embriões restantes
para pesquisa com célula-tronco.
Ela conta que deixá-los indefinidamente na clínica de reprodução
lhe causa angústia, especialmente
depois de engravidar de Alissa.
"Considero-os filhos, mas não
pretendemos ter outros. Um casal
está de bom tamanho. Também
não quero doá-los a outro casal."
Quando tentava engravidar de
João Marcelo, Alessandra produziu 30 óvulos: 15 ela decidiu doar a
um casal infértil. "Até hoje me pego pensando se eles foram fecundados e se tenho mais filhos por
aí. Fico com medo do João Marcelo ou da Alissa um dia se apaixonar por um deles", conta.
Alessandra tentou engravidar
naturalmente durante cinco anos,
mas nada aconteceu. A causa era
a má qualidade dos espermatozóides do marido, o cirurgião-dentista Marcelo da Silveira.
(CC)
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