São Paulo, domingo, 08 de maio de 2005

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AMBIENTE

Objetivo é combater abusos na represa Guarapiranga e fiscalizar áreas de proteção aos mananciais da região metropolitana

Prefeitura e Estado preparam ação conjunta

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura paulistana e o governo do Estado de São Paulo, ambos comandados pelo PSDB, vão atuar em conjunto na fiscalização das áreas de proteção aos mananciais da região metropolitana. A intenção é formalizar a ação em junho, possivelmente no dia 5, data em que se comemora o Dia do Meio Ambiente.
O secretário estadual José Goldemberg confirmou a negociação com a prefeitura e disse que as denúncias apontadas pelo ISA estão sendo apuradas. No caso da carvoaria destruída na semana passada, em Embu-Guaçu, a secretaria já havia lavrado oito autos de infração ambiental. Foi firmado um Termo de Compromisso de Recuperação Ambiental, mas o responsável nada havia feito.
Apesar das autuações, seis dos dez fornos estavam em funcionamento até a quarta-feira passada. "Os meios que o Estado têm são limitados. A multa não basta", admitiu Goldemberg. Ele afirmou que a secretaria pode apenas autuar, enquanto a prefeitura pode derrubar habitações construídas em local proibido, por exemplo.
A ocorrência de fornos não é tão incomum na área, conforme conta a secretária de Turismo e Meio Ambiente de Embu-Guaçu, Jumara Bocatto, 50. "No mês passado, após uma fiscalização de rotina, derrubamos dois fornos."
A respeito do aterro de inertes na várzea do Embu-Mirim, a pasta diz que o empreendimento tem alvará de funcionamento.
A Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo defende a criação de sedes físicas de fiscalização em cada uma das subprefeituras da área de mananciais: Parelheiros, Cidade Ademar, Capela do Socorro e M'Boi Mirim. Para o titular da pasta, Eduardo Jorge, dessa maneira os subprefeitos ficariam mais perto do problema e chefiariam os chamados "comandos das águas".

Vaquejada
A Prefeitura de São Paulo recebeu denúncias de que até vaquejadas -competições entre duplas a cavalo que precisam derrubar um boi, embaladas por forró- ocorrem na área de manancial. Porém, ainda não houve flagrante para punir os organizadores.
"Acho inadmissível o fatalismo do pensamento de que a marcha para o sul não pode ser revertida", disse Eduardo Jorge. Numa ação para desocupar uma área invadida em Guarapiranga neste ano, ele disse ter notado um sentimento de que "sempre foi assim e sempre vai ser" nos invasores, na população do entorno, nos funcionários da prefeitura e na PM.
Há aproximadamente um mês, uma ação da prefeitura paulistana fechou uma carvoaria próxima do parque Guarapiranga e multou três responsáveis em R$ 1 milhão cada um. (AFRA BALAZINA)


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