São Paulo, domingo, 08 de maio de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ambientalista cobra solução para mau uso do solo

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o diretor da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, a situação da Guarapiranga não vai melhorar com a destruição de fornos, a prisão dos trabalhadores das carvoarias clandestinas e a expulsão dos invasores. "É preciso chegar até quem consome o carvão, em Santo Amaro, e até quem vende lotes da Guarapiranga no largo Treze de Maio", afirmou.
Segundo o ambientalista, é necessário resolver a questão do mau uso do solo e integrar os Planos Diretores das cidades da Região Metropolitana de São Paulo.
O diretor faz críticas ao Programa Guarapiranga (1995/2000), que teve financiamento do Banco Mundial e custo de US$ 336 milhões. "Não teve efeito nenhum. Em Embu, onde moro, muita gente não fez ligação com a rede coletora porque ficava em R$ 150", disse. Segundo o governo, o programa possibilitou a construção de duas estações de tratamento e de 382 km de linhas coletoras, entre outras intervenções.
Segundo o especialista em recursos hídricos José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, todos os reservatórios de água devem ter um cinturão verde de proteção bastante denso. "Quando se retiram a mata e os pântanos, aumenta a presença de nitrogênio e fósforo e os custos de tratamento da água crescem."
Para ele, tem de haver um ordenamento urbano bastante claro na região. "Continuo achando necessária a criação de um comitê de gerenciamento com cientistas especializados em recursos hídricos, pesquisadores do Brasil e do exterior, que pudesse dirigir todo o sistema."
Ele afirmou também ser necessário realizar estudos para verificar como a poluição atmosférica prejudica os reservatórios. (AB)


Texto Anterior: Ambiente: Até carvoaria destrói represa Guarapiranga
Próximo Texto: Ambiente: Prefeitura e Estado preparam ação conjunta
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.