São Paulo, sexta-feira, 08 de maio de 2009

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Não há razão para pânico, dizem médicos

Dados recentes mostram que o novo vírus possui baixa letalidade, em torno de 1,5%, contra 0,5% da gripe comum

Somente pessoas que retornaram de países de risco, como México e EUA, e apresentam sintomas devem procurar hospitais


CLÁUDIA COLLUCCI
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A população não deve se alarmar com a confirmação dos primeiros casos de gripe suína no Brasil nem alterar seus hábitos, afirmam os infectologistas ouvidos pela Folha.
Segundo eles, além de os pacientes terem contraído o vírus fora do Brasil, dados mais recentes mostram que o novo vírus possui baixa letalidade -em torno de 1,5%, contra 0,5% da gripe comum.
"Nada mudou, porque isso [confirmação de casos] era absolutamente esperado. Estamos preparados. Em nível de diagnóstico, no nível de busca dos casos, dos comunicantes [quem convive com doentes], de atenção a terceiros e agora, também, do diagnóstico", afirma o infectologista David Uip, diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Somente pessoas que retornaram de países de risco, como México e EUA, e têm sintomas devem procurar os hospitais de referência. Aqueles que tiveram contato com pessoas nessas condições também devem buscar ajuda. "Mas todos esses estão sendo monitorados", diz.
De acordo com Uip, o vírus tem período de incubação de dois a três dias e de manifestação de sintomas de três a sete dias -por isso, pacientes devem observar se apresentam sinais da gripe suína por dez dias após o retorno ao país.
Para o infectologista Juvêncio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, não há motivo para pânico. "Não é preciso sair de máscaras pelas ruas. Basta continuar com os cuidados normais, como lavar as mãos com frequência", afirma.
O infectologista Celso Granato, chefe do setor de virologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), diz que, na maioria dos casos, os sintomas da gripe suína são muito parecidos com os da gripe comum. A pessoa pode ter febre, dor de garganta, perda de apetite, náusea, vômito e diarreia.
Para o infectologista Artur Timerman, do Hospital Albert Einstein, a informação de que familiares das pessoas que tiveram a doença confirmada não se infectaram mostra que o poder de disseminação do vírus pode não ser tão grande.
Na semana passada, pesquisadores americanos que estudam o vírus A (H1N1) afirmaram que essa linhagem não é tão fatal quanto outras, como a da gripe aviária.


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