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Não há razão para pânico, dizem médicos
Dados recentes mostram que o novo vírus possui baixa letalidade, em torno de 1,5%, contra 0,5% da gripe comum
Somente pessoas que retornaram de países de risco, como México e EUA, e apresentam sintomas devem procurar hospitais
CLÁUDIA COLLUCCI
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A população não deve se alarmar com a confirmação dos
primeiros casos de gripe suína
no Brasil nem alterar seus hábitos, afirmam os infectologistas
ouvidos pela Folha.
Segundo eles, além de os pacientes terem contraído o vírus
fora do Brasil, dados mais recentes mostram que o novo vírus possui baixa letalidade
-em torno de 1,5%, contra
0,5% da gripe comum.
"Nada mudou, porque isso
[confirmação de casos] era absolutamente esperado. Estamos preparados. Em nível de
diagnóstico, no nível de busca
dos casos, dos comunicantes
[quem convive com doentes],
de atenção a terceiros e agora,
também, do diagnóstico", afirma o infectologista David Uip,
diretor do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
Somente pessoas que retornaram de países de risco, como
México e EUA, e têm sintomas
devem procurar os hospitais de
referência. Aqueles que tiveram contato com pessoas nessas condições também devem
buscar ajuda. "Mas todos esses
estão sendo monitorados", diz.
De acordo com Uip, o vírus
tem período de incubação de
dois a três dias e de manifestação de sintomas de três a sete
dias -por isso, pacientes devem observar se apresentam
sinais da gripe suína por dez
dias após o retorno ao país.
Para o infectologista Juvêncio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, não há motivo para pânico.
"Não é preciso sair de máscaras
pelas ruas. Basta continuar
com os cuidados normais, como lavar as mãos com frequência", afirma.
O infectologista Celso Granato, chefe do setor de virologia da Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo), diz que,
na maioria dos casos, os sintomas da gripe suína são muito
parecidos com os da gripe comum. A pessoa pode ter febre,
dor de garganta, perda de apetite, náusea, vômito e diarreia.
Para o infectologista Artur
Timerman, do Hospital Albert
Einstein, a informação de que
familiares das pessoas que tiveram a doença confirmada não
se infectaram mostra que o poder de disseminação do vírus
pode não ser tão grande.
Na semana passada, pesquisadores americanos que estudam o vírus A (H1N1) afirmaram que essa linhagem não é
tão fatal quanto outras, como a
da gripe aviária.
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