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Brasil confirma 4 casos de gripe suína
Pacientes contraíram o vírus no exterior, três deles no México e um nos Estados Unidos; apenas um continua internado
Segundo o ministério, 93 casos em monitoramento tiveram testes negativos; resultados de outros 15 exames devem sair hoje
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Saúde confirmou ontem quatro casos de
gripe A (H1N1) no Brasil -dois
em São Paulo, um no Rio e outro em Minas Gerais. Todos
contraíram o vírus no exterior
-três no México e um nos Estados Unidos- e passam bem.
Só um paciente do Rio continua internado. Segundo o ministro da Saúde, José Gomes
Temporão, não há evidências
de que o vírus circule no país.
Segundo o ministério, 93 casos suspeitos ou em monitoramento tiveram testes negativos
para a doença. Outros 15 exames estão em análise, e os resultados devem sair hoje.
O ministro argumentou que
os casos foram monitorados e
seus contatos (familiares) não
desenvolveram sintomas. "Mas
o que muda na nossa estratégia
a partir dessa informação? Nada", disse Temporão, alegando
que todas as medidas necessárias para conter a doença vêm
sendo tomadas -rastreamento, monitoramento e tratamento dos possíveis doentes.
Temporão diz que não há
"sentido" em usar máscara ou
comprar antigripais. "O recado
é: fiquem tranquilos. Os sistemas de vigilância estão funcionando e o poder público está
com a situação sob controle."
O primeiro caso confirmado,
de São Paulo, é de um homem
de 24 anos que esteve na Cidade do México entre 17 e 22 de
abril. Ele foi internado cinco
dias depois e permaneceu no
hospital até o último dia 4.
"Como o maior período de
transmissibilidade do vírus é
de dez dias, o paciente não corre mais o risco de infectar outras pessoas", disse.
O segundo caso, um paciente
de Minas Gerais, esteve no México entre 22 e 27 de abril. Começou a manifestar os sintomas ainda naquele país e foi internado assim que chegou ao
Brasil. Recebeu alta no dia 29,
mas permaneceu em isolamento domiciliar até anteontem.
Ele também não corre o risco
de infectar outras pessoas.
O outro paciente de São Paulo foi o único a contrair a doença nos Estados Unidos, no Estado da Flórida. O doente chegou ao Brasil no dia 28 de abril e
começou a manifestar os sintomas no dia seguinte.
"Não foi internado porque,
de acordo com a Organização
Mundial da Saúde, a Flórida
não era considerada área afetada pela doença nos EUA."
Esse paciente foi mantido em
isolamento domiciliar, e seus
parentes não apresentaram
sintomas da doença.
O quarto e mais recente caso
é o do paciente do Rio de Janeiro, que esteve no México, onde
começou a ter sintomas. No dia
seguinte, ele voltou ao Brasil e
está internado desde o dia 5.
Testes
Os quatro casos da doença só
puderam ser confirmados após
a chegada dos kits para a realização de testes. Os três laboratórios aptos a fazer os exames
pediram prazo de até 72 horas
para realizar os testes, mas conseguiram entregar os resultados poucas horas depois.
"Como eles tiveram tempo
para estudar os protocolos e fazer todos os preparativos para o
manejamento dos kits enquanto esperavam a chegada deles,
os primeiros resultados saíram
mais rápido que o previsto."
O ministro diz que há material para tratar 12.500 pessoas e
matéria-prima para remédios
para 9 milhões de pessoas.
Casos em São Paulo
Desde ontem à noite, a Secretaria da Saúde mantém oito pacientes sob suspeita e sete pacientes são monitorados. Os resultados dos exames devem ser
conhecidos em alguns dias.
De acordo com o Ministério
da Saúde, em todo o país existem 24 casos suspeitos e 20 em
monitoramento. No Estado de
São Paulo, são sete casos suspeitos e cinco em monitoramento.
Desde o dia 29 de abril, o Instituto Adolfo Lutz recebeu 70
amostras de secreção nasal
com suspeita da doença -54
delas referentes a pacientes do
Estado de São Paulo. Dessas 54
amostras, 42 foram descartadas depois de análises clínicas
ou epidemiológica.
Segundo Telma Carvalhanas,
diretora-técnica do setor de
doenças respiratórias do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, a demora na
chegada dos kits não interferiu
no tratamento dos pacientes
suspeitos, pois a medicação foi
aplicada mesmo sem o diagnóstico definitivo. "O único prejuízo é que eles tiveram que ficar
isolados."
De acordo a médica sanitarista Marta Salomão, diretora
do Adolfo Lutz, os kits são importantes para que o país possa
detectar a circulação efetiva do
vírus. "Para o paciente, não interfere em nada, pois não temos nenhum caso grave", diz.
(LARISSA GUIMARÃES e FERNANDA BASSETTE)
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