São Paulo, sexta-feira, 08 de maio de 2009

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Fila de tratamento para largar o cigarro tem espera de 7 meses

DA REPORTAGEM LOCAL

O tabagista que buscar ajuda na rede pública para abandonar o vício precisará de paciência e entrar numa fila que pode levar até sete meses.
Esse foi o tempo que levou o repórter da Folha para conseguir ingressar no programa no Cratod (Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas), órgão do governo do Estado. É o único local da rede, no caso de tabagismo, para quem mora ou trabalha na região central da capital e alguns bairros da zona oeste.
A inscrição foi feita em 2 de setembro do ano passado, durante a apuração de uma reportagem sobre a peregrinação de quem tenta uma ajuda estatal para abandonar o vício do fumo. O ponto de partida foi o 0800 do maço de cigarros.
No momento dessa inscrição, não havia projeção do tempo de espera. Ela poderia durar, informaram depois, mais de um ano. O início do tratamento ocorreu anteontem.
De acordo com a Secretaria da Saúde, esse prazo atualmente é menor: de dois a três meses. Isso porque, ainda segundo a pasta, houve redução do tempo de tratamento. Antes, não havia um mínimo, mas poderia chegar a um ano. Foi reduzido para um mês. Hoje, há cerca de 250 pessoas na fila.
Também foi em setembro que o governador José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde, disse considerar "paternalismo estatal" esse tipo de ajuda. Serra é autor da lei que proíbe o fumo em local fechado.

Sem recursos
Em entrevista nesta semana, o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, disse que o governo não prevê ampliar o Cratod nem os recursos para esse tipo de serviço.
Primeiro, porque são os municípios os responsáveis em atender aos fumantes, e ao Estado cabe o treinamento dessas equipes das prefeituras. E, também, porque o governo não espera receber um aumento no número de pessoas que pretendem parar de fumar. "E por que não? Eu não estou proibindo a pessoa de fumar. Eu estou proibindo a pessoa de fumar em local fechado", disse ele.
Essa avaliação, admite ele, foi feita sem consultar a diretora do centro, Luizemir Lago.
(ROGÉRIO PAGNAN)


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