São Paulo, sábado, 08 de maio de 2010

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Minhocão recebe mais carros que a 23 de Maio

Cada faixa do elevado transporta mais veículos que uma das principais vias de São Paulo, o que expõe a dificuldade para sua demolição

Segundo a CET, o elevado recebe 5.400 veículos por faixa no pico da manhã; plano de Kassab prevê criar alternativa para o tráfego

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As quatro faixas do Minhocão transportam, proporcionalmente, mais carros que as dez faixas da avenida 23 de Maio, uma das mais importantes vias de São Paulo. A comparação reforça a importância do Minhocão, apelido do elevado Costa e Silva, para o trânsito.
Também ajuda a explicar a dificuldade dos prefeitos para acabar com a obra, que trouxe desvalorização ao seu entorno desde a inauguração, em 1971.
Anteontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou um plano -sem orçamento e prazo- que, se der certo, culminará com o fim do elevado.
Para isso, terá de ser feito um túnel subterrâneo de 12 km para passar um trem que irá da Lapa ao Brás. O local por onde hoje passam os trilhos seria ocupado por um parque e uma via de ligação das zonas leste e oeste, que serviria de alternativa ao tráfego do Minhocão.
A nova avenida teria oito faixas para carros. Já os motoristas que usam o Minhocão apenas no trajeto centro-zona oeste continuariam com a alternativa da avenida São João, principal eixo de ligação entre essas duas áreas até a década de 1960.
A prefeitura começou ontem o processo para contratar o projeto urbanístico que definirá o futuro do Minhocão.
A 23 de Maio é parte da ligação norte-sul. Por ali, das 7h às 10h, passam 27.300 carros, segundo dados da CET, ou 2.730 veículos, em média, por faixa. No Minhocão são 21.600 carros no mesmo período, média de 5.400 veículos por faixa, quase o dobro da 23 de Maio.
"O Minhocão é muito necessário. Tem uma função hoje que não tem substituição", diz o consultor de transportes Bernardo Alvim, que tem um projeto para transformar a obra em via elevada de ônibus.
Kassab prefere a destruição. "Eu torço para que o projeto vencedor possa encontrar uma solução para demolir o Minhocão", disse ontem. Para ele, os recursos arrecadados com a futura operação urbana Lapa-Brás custearão o projeto.


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