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Centrais de atendimento agora têm voz masculina
Net e Vivo trocam mulheres por homens para receber as queixas dos clientes
Pesquisa da operadora de celular aponta que 61% dos entrevistados preferem ouvir homem nas ligações para os call centers
RICARDO GALLO
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem liga para a Net tem a
impressão de ser atendido logo
de cara por uma pessoa. A voz
simpática, que simula um diálogo, solta um "legal" e faz de
tudo para parecer humana.
Parece, mas não é.
Na Vivo, o tratamento não é
assim tão informal. Mas, tal
qual na Net, há uma voz masculina na central de atendimento
-e na caixa postal.
A razão: pesquisa da operadora aponta que a maioria prefere ouvir um homem -61%,
entre cem entrevistados. Bastou para a operadora de celular
aposentar a voz feminina.
"Os clientes ficam mais confortáveis ao interagir com a voz
masculina e com a entonação
que demos", afirma Tomas
Spedaletti, diretor de projetos
de call center da Net.
Segundo Leda Kayano, diretora de inteligência da Vivo, a
ideia foi dar um ar de "modernidade, um tom jovial e menos
mecânico". Trocar mulher por
homem, diz Leda, foi consequência da pesquisa.
A empresa tem 54 milhões de
assinantes e recebe 48 milhões
de ligações mensais. Já o universo da Net é de 3,7 milhões de
clientes de TV por assinatura.
A diferença entre Net e Vivo
é que a operadora de celular
não adotou o tom "legal". "Queríamos uma voz que transmitisse credibilidade, que fosse
séria, sem ser tão formal", afirma a diretora da empresa.
Quem ganhou a disputa, entre quatro pessoas, foi o locutor
Ricky Elblink, 41, por gerar
mais "entusiasmo, simpatia,
credibilidade e proximidade".
Após mais de dez anos, saiu
Valéria Grillo, 53, locutora da
TV Cultura, por ter voz com
"falta de clareza e empatia", segundo o estudo da Vivo. Ela disse que nem sequer foi avisada
da substituição.
Mas há diferença entre a voz
masculina e a feminina?
"O tom mais grave da voz
masculina denota mais seriedade. A voz aguda transmite
imaturidade", diz Sandra Pereira, especialista em telemarketing da Sociedade Brasileira
de Fonoaudiologia.
Segundo o Procon, desde a
vigência da lei do call center, a
partir de dezembro de 2008,
houve 9.220 queixas. Setores
de telefonia e TV por assinatura lideram o ranking.
FOLHA ONLINE
Enquete: você prefere ser
atendido por homem ou
mulher?
www.folha.com.br/1012712
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