DA SUCURSAL DO RIO

Dependendo do resultado do exame, o provão tem servido para tirar o sono ou injetar ânimo (e alunos) em cursos pouco conhecidos. Dois exemplos disso ocorreram, por caminhos opostos, com o curso de direito da Suesc (Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura), no Rio, e com a desconhecida Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, de Nova Friburgo (na serra fluminense).
Após sucessivos conceitos D e E, os piores, o curso direito da Suesc virou notícia por causa da vontade do ministro Paulo Renato de descredenciá-lo.
Para ele, as oportunidades e os prazos já haviam sido dados sem que o curso apresentasse melhorias. O Conselho Nacional de Educação, no entanto, após visita à instituição, não concordou com a avaliação do ministro e preferiu dar mais prazo ao curso.
O impasse na questão dessa pequena escola, com cerca de 1.200 estudantes, agravou o conflito entre o ministro e o conselho. A solução foi mudar os critérios para fechamento e recredenciamento de cursos, o que deixou o processo mais centralizado no ministério e diminuiu o poder do conselho.
O impacto negativo dos resultados, segundo o presidente da mantenedora da Suesc, Aldyr Lobo de Almeida, causou a queda de 70% na procura pelo vestibular de direito.
"A campanha que fizeram contra nós teve grande repercussão. Nosso curso de direito tem mais de 40 anos e um passado de glórias. Fizemos várias melhorias (ampliação de laboratórios, auditório e biblioteca) e estamos esperando nova avaliação", disse Almeida. A escola também elevou a mensalidade.
Situação oposta viveu o curso de letras da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia. Os três conceitos A e um B colocaram a instituição em patamares próximos aos dos cursos de letras da USP e da UFRJ.
Lúcia Raminelli, chefe do departamento de letras, conta que, mesmo com a chegada da concorrência de duas grandes universidades na cidade, o curso teve um aumento na procura de 40 para 70 alunos inscritos no vestibular.



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