São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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Funcionários das estaduais vão parar

DA REPORTAGEM LOCAL

FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Funcionários das três universidades estaduais paulistas -Unicamp, USP e Unesp- decidiram entrar em greve na próxima segunda-feira. Além disso, grupos do interior do Estado e da capital farão manifestação na frente da reitoria da Unesp, na região da avenida Paulista.
A última assembléia do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo) foi realizada ontem às 12h, no auditório do prédio dos departamentos de História e de Geografia, com quórum de 210 participantes. A USP (Universidade de São Paulo) tem 13,7 mil funcionários.
Na assembléia, foi decidido também o esquema de mobilização. A partir das 14h, os funcionários farão concentração no prédio dos departamentos de História e de Geografia, de onde sairão para convocar todos para a greve.
Segundo a diretora do Sintusp Neli Pachoarelli Vada, o sindicato espera a participação massiva dos cerca de 13 mil alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), que também estão em greve, ocupando os espaços da instituição, há 40 dias.

Reivindicações
Os alunos da FFLCH reivindicam a contratação de mais professores. Os funcionários têm como objetivo de sua mobilização um reajuste salarial de 16%. O Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Públicas do Estado de São Paulo) ofereceu 8%.
"Protestamos sobretudo contra o sucateamento das universidades públicas, que os alunos vêm sentindo há muito tempo. Por isso, a adesão deles deverá ser natural", afirma Neli, do Sintusp.
O destino da mobilização é a sede da Unesp (Universidade Estadual Paulista), onde representantes do Fórum das Seis (entidades sindicais das três universidades) e o presidente do Cruesp, José Carlos Souza Trindade, também reitor da Unesp, terão nova rodada de negociações.
Caravanas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e de parte dos 16 campus da Unesp no interior do Estado engrossarão o movimento.

Adesão
De acordo com o presidente do STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp), João Raimundo de Souza, 5.000 trabalhadores devem aderir à manifestação.
O único setor que não será afetado é o hospitalar, por opção do próprio sindicato. A Unicamp tem 12 mil funcionários.
Segundo o coordenador do Fórum das Seis, Ciro Teixeira Correia, a negociação deverá ser tranquila. "Houve um avanço nos últimos dias de conversa. O Cruesp aceitou discutir outros pontos da pauta além do reajuste", disse.
Segundo Correia, um professor-doutor da USP no topo da carreira ganhava, em 1988, o equivalente a R$ 9 mil. Hoje, ganha R$ 5.554,45, para se dedicar exclusivamente à universidade.



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