São Paulo, sábado, 08 de junho de 2002

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URBANISMO

Prestes a serem iniciadas, obras incluem só dois andares do prédio histórico do Anhangabaú, fechado desde 98

Após 4 anos, começa a reforma dos Correios

SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A agência dos Correios no vale do Anhangabaú, centro de São Paulo, vai, enfim, ser reformada e reaberta até o início do próximo ano. Será a maior e mais moderna do país. Cartão-postal da cidade, o edifício projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo, de 1922, está fechado desde 1998.
A novela da reforma da agência central é longa. Ao baixar as portas, o edifício havia sido projetado para ser um dos mais modernos centros culturais do país. O projeto, de 1997, ainda existe, e parte dele será executada agora.
Naquele ano, os Correios fizeram um concurso nacional para desenhar o centro cultural na agência histórica. Venceu a Una Arquitetos, à época uma empresa composta por recém-formados da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
Parte do projeto rendeu ao grupo a medalha de ouro da Quadrienal de Praga, em 1998, um dos eventos de arquitetura mais importantes do mundo. O prêmio foi concedido apenas ao teatro previsto no centro cultural.
Segundo a arquiteta Fernanda Barbara, da Una, a idéia original era misturar dois usos no prédio histórico -no térreo, a agência postal, e nos quatro pavimentos restantes, um centro cultural com um teatro, quatro salas de exposições e dois restaurantes. "A intenção era que as pessoas fossem atraídas ao prédio pela agência."
Para isso, os arquitetos propuseram manter os dois primeiros pavimentos da construção -os únicos que têm os adornos de época- e demolir parte do miolo do edifício, criando um imenso vão iluminado por uma clarabóia.
Dessa forma, do térreo, os visitantes poderiam ver toda a construção e os acessos à parte cultural do edifício. Os vazios internos, de acordo com Fernanda, foram previstos no projeto original, que foi adulterado ao longo do tempo.
Para completar, a agência seria totalmente aberta, servindo de ligação entre o vale e o largo do Paissandu e ruas vizinhas.
Realizar todas as obras previstas custaria R$ 40 milhões, de acordo com a assessoria de imprensa dos Correios. A falta de dinheiro para executá-las explica o período ocioso do prédio. Depois de quatro anos, a instituição decidiu investir R$ 10 milhões no projeto da Una, enquanto espera que parceiros privados se estimulem a patrocinar o restante.
Os R$ 10 milhões, segundo Fernanda, serão suficientes para fazer o prédio reviver. As obras estão prestes a ser iniciadas pela construtora Triunfo, vencedora da licitação dos Correios. Dos cinco andares, serão restaurados apenas o térreo e o primeiro, este com acesso pela avenida São João.
As obras incluirão a agência central do térreo, duas salas de exposição, um restaurante e o centro de filatelia.



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