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URBANISMO
Prestes a serem iniciadas, obras incluem só dois andares do prédio histórico do Anhangabaú, fechado desde 98
Após 4 anos, começa a reforma dos Correios
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A agência dos Correios no vale
do Anhangabaú, centro de São
Paulo, vai, enfim, ser reformada e
reaberta até o início do próximo
ano. Será a maior e mais moderna
do país. Cartão-postal da cidade,
o edifício projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo, de
1922, está fechado desde 1998.
A novela da reforma da agência
central é longa. Ao baixar as portas, o edifício havia sido projetado
para ser um dos mais modernos
centros culturais do país. O projeto, de 1997, ainda existe, e parte
dele será executada agora.
Naquele ano, os Correios fizeram um concurso nacional para
desenhar o centro cultural na
agência histórica. Venceu a Una
Arquitetos, à época uma empresa
composta por recém-formados
da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da USP.
Parte do projeto rendeu ao grupo a medalha de ouro da Quadrienal de Praga, em 1998, um dos
eventos de arquitetura mais importantes do mundo. O prêmio
foi concedido apenas ao teatro
previsto no centro cultural.
Segundo a arquiteta Fernanda
Barbara, da Una, a idéia original
era misturar dois usos no prédio
histórico -no térreo, a agência
postal, e nos quatro pavimentos
restantes, um centro cultural com
um teatro, quatro salas de exposições e dois restaurantes. "A intenção era que as pessoas fossem
atraídas ao prédio pela agência."
Para isso, os arquitetos propuseram manter os dois primeiros
pavimentos da construção -os
únicos que têm os adornos de
época- e demolir parte do miolo
do edifício, criando um imenso
vão iluminado por uma clarabóia.
Dessa forma, do térreo, os visitantes poderiam ver toda a construção e os acessos à parte cultural
do edifício. Os vazios internos, de
acordo com Fernanda, foram previstos no projeto original, que foi
adulterado ao longo do tempo.
Para completar, a agência seria
totalmente aberta, servindo de ligação entre o vale e o largo do
Paissandu e ruas vizinhas.
Realizar todas as obras previstas
custaria R$ 40 milhões, de acordo
com a assessoria de imprensa dos
Correios. A falta de dinheiro para
executá-las explica o período
ocioso do prédio. Depois de quatro anos, a instituição decidiu investir R$ 10 milhões no projeto da
Una, enquanto espera que parceiros privados se estimulem a patrocinar o restante.
Os R$ 10 milhões, segundo Fernanda, serão suficientes para fazer o prédio reviver. As obras estão prestes a ser iniciadas pela
construtora Triunfo, vencedora
da licitação dos Correios. Dos cinco andares, serão restaurados
apenas o térreo e o primeiro, este
com acesso pela avenida São João.
As obras incluirão a agência
central do térreo, duas salas de exposição, um restaurante e o centro de filatelia.
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