São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2007

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Mãe e cinco filhos são enterrados no Rio

Pesquisadora e filhos estavam entre as vítimas do acidente na D. Pedro 1º

Família fazia viagem de surpresa de Mato Grosso do Sul para o Rio de Janeiro, onde passaria o feriado de Corpus Christi com parentes

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

O salão onde foi realizado ontem o velório da família Mercê de Albuquerque mal comportava os caixões das seis vítimas. A pesquisadora Leila Maria Mercê Albuquerque, 40 anos, e seus cinco filhos foram enterrados no cemitério São Francisco Xavier, Caju, zona portuária do Rio, sob forte emoção.
Eles se envolveram em um acidente na noite de terça-feira, na rodovia D. Pedro 1º, em Jacareí (município a 75 quilômetros de São Paulo). Os seis morreram na hora. O acidente, um engavetamento que envolveu 11 veículos, provocou a morte de mais três pessoas.
Os pais da professora, que estavam sob efeito de sedativos, e outros parentes e amigos, inconformados com a tragédia, choravam o tempo todo e não quiseram falar com a imprensa que acompanhava o enterro.

"Anjos"
Na tampa de cada um dos caixões, fechados, estavam coladas fotos de cada vítima. Escolhidas pela família, as imagens para identificar os dois pequenos caixões, brancos, dos gêmeos Davi e Samuel, 6 anos, emocionaram uma jovem que acompanhou a cerimônia. Para ela, os dois pareciam "anjos".
Leila Mercê Albuquerque era professora do departamento de Hidráulica e Transporte da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Seus filhos, os adolescentes Rafael,15; Gabriel, 14; Daniel, 12; e os gêmeos Davi e Samuel, 6, estudavam na escola General Osório em Campo Grande (MS).
Márcio Lima Martins, pai dos adolescentes; e Ceilton Camilo Herdy, pai dos gêmeos, acompanharam o enterro.
A chegada da professora com as três crianças e os dois adolescentes seria uma surpresa para parte da família. Segundo parentes, a pesquisadora saiu de Mato Grosso do Sul para o Rio para passar o feriado de Corpus Christi em sua cidade.
O acidente ocorreu por volta de 22h30 no km 8 da D. Pedro 1º. Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, possivelmente ocorreram pela falta de visibilidade na estrada. Além da neblina densa, no momento do acidente a pista tinha fumaça vinda de uma carvoaria próxima.
Carioca do Grajaú, zona norte da cidade, a pesquisadora era formada em Física pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com pós-doutorado no CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), e no INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Morando em Campo Grande (MS) havia cerca de dois anos, ela estava desenvolvendo um projeto sobre poluição atmosférica na UFMS.

Homenagem
Na noite de quarta-feira,os alunos da professora do departamento de Hidráulica e Transporte da UFMS, organizaram uma missa na Paróquia São João Bosco, também localizada em Campo Grande(MS).
A pesquisadora era filha do general da reserva Ivan José de Albuquerque, que atualmente mora em Itatiaia, região serrana do Rio de Janeiro.


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