São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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Vulcão cancela voos e lota hotéis em SP

Cinzas de erupção no Chile fecharam aeroportos argentinos e afetaram a malha aérea em parte da América do Sul

TAM e Gol tiveram que cancelar 51 voos entre o Brasil e aeroportos de Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai


LUCAS FERRAZ
DE BUENOS AIRES

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

O advogado Daniel Guedes, 30, planejou a viagem de férias a Buenos Aires de modo que hoje de manhã pudesse disputar vaga no mestrado de direito constitucional da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Natal.
Ele perdeu a prova. Guedes foi um entre centenas de brasileiros que não puderam voltar da Argentina ontem.
As cinzas do vulcão chileno Puyehue, que chegaram na madrugada de ontem a Buenos Aires, deixaram fechados, por quase todo o dia, o aeroporto de Ezeiza, na região metropolitana, e o Aeroparque, na área central.
Por medida de segurança, já que as cinzas podem danificar as aeronaves, todas as decolagens e partidas chegaram a ser canceladas.
Voos entre Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Chile foram afetados. Só no final da tarde, com o tempo melhor, rotas foram retomadas.
TAM e Gol, as duas companhias brasileiras que operam na área afetada pelas cinzas, cancelaram ontem pelo menos 51 voos.
Apenas uma aeronave decolou ontem de Ezeiza rumo ao Brasil. Outra partiu, já à noite, do Aeroparque.

SÃO PAULO
Em São Paulo, passageiros que ficaram sem voo também não tinham onde ficar -faltaram vagas em hotéis.
No aeroporto de Cumbica, 40 voos foram cancelados até as 22h -partidas e chegadas de e para Santiago, Buenos Aires, Montevidéu e Lima, de companhias nacionais e estrangeiras.
O posto da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) ficou cheio. Passageiros se queixavam de falta de informação e pediam vale-alimentação e hospedagem, obrigações das companhias.
Um grupo de argentinos e uruguaios procurou a TAM para pedir hospedagem para 30 pessoas em hotel.
"Não compreendemos por que a empresa não nos assiste e nos manda a um hotel ou dá uma alternativa de viagem", reclamou o advogado José Agustin Pernigotti, 52, que vinha de Nova York e ia para Buenos Aires.
A TAM, assim como a Gol, disse que não conseguiu hotel para acomodar todos.
O Snea (sindicato das empresas) avisou a Anac sobre o problema -passageiros da Grande SP eram orientados a voltar para casa; quem era de outro Estado deveria buscar a casa de parentes.
Havia vagas em hotéis quatro e cinco estrelas em São Paulo, segundo a associação do setor. Já os econômicos e os do entorno de Guarulhos ficaram lotados.


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