São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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Cinzas de vulcão chegam ao Sul do Brasil

Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, já foi atingida ontem de manhã; pesquisador diz que não há dano à saúde

Aproximação pode causar mais transtorno, porque nuvem se desloca no nível da navegação aérea


Ivan Alvarado/Reuters
Homem caminha em Cardeal Samoré, entre o Chile e a Argentina

NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO

Uma nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue, que entrou em erupção no último fim de semana, atingiu o Rio Grande do Sul na manhã de ontem e pode avançar sobre o Sul do país nos próximos dias. O fenômeno é visto apenas por imagens de satélite.
Segundo o meteorologista Marcelo Seluchi, do Cptec/ Inpe (Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos), a aproximação da nuvem de cinzas pode causar mais transtornos nos aeroportos, já que ela se desloca no nível da navegação aérea.
A nuvem se aproximou do Brasil pela região de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, às 8h de ontem. Ela é carregada por ventos vindos do sudoeste, que devem continuar nesta semana.
A previsão é que a nuvem de cinzas atinja outras áreas do Sul do país se os ventos continuarem na mesma direção. Além de Uruguaiana, as cinzas se deslocaram na atmosfera também sobre o RS e o oeste de SC, impulsionadas por um ciclone extratropical.
Segundo Seluchi, apesar dos transtornos à navega- ção aérea, a chegada das cinzas deve ser pouco visível a população. Ele não descarta, porém, que ela avance ainda mais.
"Até pode chegar a São Paulo. Mas seria uma nuvem mais desconfigurada, de grande altitude e que vai se dissipando", afirma.
Paulo Saldiva, pesquisador do laboratório de poluição atmosférica da USP, diz que as cinzas não devem trazer danos à saúde da população, em razão da distância.
A nuvem de cinzas do Puyehue viajou centenas de quilômetros. A erupção, a maior desde 1960, começou no sábado. O vulcão poderá ficar ativo pelos próximos 15 dias, o que pode causar novos impactos à malha aérea.


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