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CRIME
Comerciante foi preso no Guarujá com 11,6 litros de cocaína líquida; segundo a polícia, ele tem ligação com a máfia
Italiano acusado de tráfico é preso em SP
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
DA FOLHA ONLINE
A polícia prendeu anteontem
no Guarujá (litoral de São Paulo)
o comerciante italiano Ciro Scocnamiglio, 51, sob a acusação de
tráfico de drogas e de pertencer ao
grupo mafioso Camorra, da Itália.
Condenado a 27 anos de prisão
pela Justiça da Itália, ele está no
Brasil há sete anos. Scocnamiglio
morava com a mulher, que é brasileira, em um apartamento alugado no bairro Enseada (Guarujá), onde os investigadores do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos) apreenderam 11,6 litros de cocaína líquida.
De acordo com a polícia, Scocnamiglio montou no Brasil um
esquema de envio da droga para a
Europa, dentro de vidros de xampu e de garrafas de bebidas, via aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
A cocaína era transportada para
a Europa na bagagem de "mulas"
(pessoas contratadas para transportar drogas para o exterior),
que embarcavam no aeroporto.
Mula
Acusado de ser um desses transportadores, o cabo-verdiano Ken
Kanazawa de Macedo Brazão
também foi preso, na tarde de anteontem, antes de embarcar com
2,6 litros da droga para Amsterdã,
na Holanda.
No apartamento de Scocnamiglio, no Guarujá, os policiais
apreenderam ainda comprovantes de cerca de R$ 30 mil em despesas com passagens aéreas de 12
"mulas" para o exterior.
No Brasil, Scocnamiglio usava o
nome de Mário Manieri Marini.
Com esse nome, ele tirou passaporte e carteira de motorista,
além de outros documentos, com
os quais chegou a viajar para países como Turquia, Argentina,
Suíça e África.
O comerciante teria fugido da
Itália em 1996, onde passou 15
anos preso. Antes de chegar ao
Brasil, passou por outros países,
entre os quais a Turquia, onde teria estabelecido conexões com a
máfia local, segundo a polícia.
Algumas pessoas ligadas ao suspeito já haviam sido presas.
De acordo com o diretor do Denarc, delegado Ivaney Cayres de
Souza, Scocnamiglio mantinha o
esquema de tráfico internacional
havia pelo menos três anos. "Ele é
uma espécie de elo de ligação entre a máfia turca e a Camorra, em
São Paulo", afirmou Souza.
Segundo o delegado, o alegou
que continuava traficando pois
sua mãe e dois irmãos, que ainda
vivem na Itália, são ameaçados de
morte pela máfia italiana.
Em fevereiro deste ano, um homem italiano acusado de ser um
dos líderes da organização mafiosa italiana Sacra Corona foi preso
em São Vicente (SP).
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