São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRIME

Comerciante foi preso no Guarujá com 11,6 litros de cocaína líquida; segundo a polícia, ele tem ligação com a máfia

Italiano acusado de tráfico é preso em SP

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
DA FOLHA ONLINE

A polícia prendeu anteontem no Guarujá (litoral de São Paulo) o comerciante italiano Ciro Scocnamiglio, 51, sob a acusação de tráfico de drogas e de pertencer ao grupo mafioso Camorra, da Itália.
Condenado a 27 anos de prisão pela Justiça da Itália, ele está no Brasil há sete anos. Scocnamiglio morava com a mulher, que é brasileira, em um apartamento alugado no bairro Enseada (Guarujá), onde os investigadores do Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos) apreenderam 11,6 litros de cocaína líquida.
De acordo com a polícia, Scocnamiglio montou no Brasil um esquema de envio da droga para a Europa, dentro de vidros de xampu e de garrafas de bebidas, via aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo.
A cocaína era transportada para a Europa na bagagem de "mulas" (pessoas contratadas para transportar drogas para o exterior), que embarcavam no aeroporto.

Mula
Acusado de ser um desses transportadores, o cabo-verdiano Ken Kanazawa de Macedo Brazão também foi preso, na tarde de anteontem, antes de embarcar com 2,6 litros da droga para Amsterdã, na Holanda.
No apartamento de Scocnamiglio, no Guarujá, os policiais apreenderam ainda comprovantes de cerca de R$ 30 mil em despesas com passagens aéreas de 12 "mulas" para o exterior.
No Brasil, Scocnamiglio usava o nome de Mário Manieri Marini. Com esse nome, ele tirou passaporte e carteira de motorista, além de outros documentos, com os quais chegou a viajar para países como Turquia, Argentina, Suíça e África.
O comerciante teria fugido da Itália em 1996, onde passou 15 anos preso. Antes de chegar ao Brasil, passou por outros países, entre os quais a Turquia, onde teria estabelecido conexões com a máfia local, segundo a polícia.
Algumas pessoas ligadas ao suspeito já haviam sido presas.
De acordo com o diretor do Denarc, delegado Ivaney Cayres de Souza, Scocnamiglio mantinha o esquema de tráfico internacional havia pelo menos três anos. "Ele é uma espécie de elo de ligação entre a máfia turca e a Camorra, em São Paulo", afirmou Souza.
Segundo o delegado, o alegou que continuava traficando pois sua mãe e dois irmãos, que ainda vivem na Itália, são ameaçados de morte pela máfia italiana.
Em fevereiro deste ano, um homem italiano acusado de ser um dos líderes da organização mafiosa italiana Sacra Corona foi preso em São Vicente (SP).


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: No Rio, casal de espanhóis idosos é torturado e assassinado em seu bar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.