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História e descaso favoreceram a contaminação
DA AGÊNCIA FOLHA
A contaminação das
águas de Natal (RN) é crônica e está ligada ao histórico de ocupação do solo
urbano da cidade. Apesar
de o município ter sido
fundado em 1599, o processo de urbanização só se
acelerou no século 19.
Induzido pelo poder público, esse processo não foi
acompanhado pela construção de redes de esgoto.
"Ao longo dos anos, não se
deu a devida prioridade
[ao saneamento]", diz Cícero de Andrade Neto,
professor do Larhisa (Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental), da UFRN.
A combinação de poços
e fossas nos quintais das
casas facilitou a contaminação do lençol freático.
Relatos do escritório
que fez a primeira fase da
rede de esgoto, em 1939, já
falava em "multiplicação
do número de fossas" e de
"situações que atentavam
contra a saúde pública".
Na década de 1960, com
a proliferação dos conjuntos do BNH (Banco Nacional de Habitação), a situação se agravou.
Há também problemas
de gestão na Caern (estatal
de água e saneamento). De
1995 a 2004, a empresa teve sete presidentes. A descontinuidade administrativa, segundo relatório no
site da empresa, atrapalha
o planejamento.
Segundo a promotora
Gilka da Mata, o perfil dos
presidentes da Caern tem
sido político, e não técnico.
(TG)
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