São Paulo, domingo, 08 de julho de 2007

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História e descaso favoreceram a contaminação

DA AGÊNCIA FOLHA

A contaminação das águas de Natal (RN) é crônica e está ligada ao histórico de ocupação do solo urbano da cidade. Apesar de o município ter sido fundado em 1599, o processo de urbanização só se acelerou no século 19.
Induzido pelo poder público, esse processo não foi acompanhado pela construção de redes de esgoto. "Ao longo dos anos, não se deu a devida prioridade [ao saneamento]", diz Cícero de Andrade Neto, professor do Larhisa (Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental), da UFRN.
A combinação de poços e fossas nos quintais das casas facilitou a contaminação do lençol freático.
Relatos do escritório que fez a primeira fase da rede de esgoto, em 1939, já falava em "multiplicação do número de fossas" e de "situações que atentavam contra a saúde pública".
Na década de 1960, com a proliferação dos conjuntos do BNH (Banco Nacional de Habitação), a situação se agravou.
Há também problemas de gestão na Caern (estatal de água e saneamento). De 1995 a 2004, a empresa teve sete presidentes. A descontinuidade administrativa, segundo relatório no site da empresa, atrapalha o planejamento.
Segundo a promotora Gilka da Mata, o perfil dos presidentes da Caern tem sido político, e não técnico. (TG)


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