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À espera de caminhão, obra pára e operários jogam bola
Para subprefeitura, culpa é da lei que restringe caminhões, o que atrasa entrega de material
Obra deveria ocorrer das 7h às 16h, mas, em razão da restrição, entrega de material é feita após as 10h; secretário cobra planejamento
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem saiu para caminhar
ontem de manhã na praça Rosa
Alves da Silva, na Aclimação
(região sul), teve direito a assistir à pelada protagonizada, em
pleno canteiro de obras, por
operários contratados pela
Prefeitura de São Paulo para
executar uma reforma no local.
Enquanto isso, a praça segue
inacabada e cheia de entulho.
A Folha esteve ontem na
praça e, além do futebol, por
volta das 10h, viu o jogo de dominó e a soneca após o almoço,
que começou às 11h. Trabalho
mesmo só a partir das 13h.
O serviço do dia: construir
uma mureta de cerca de 30 m
de comprimento por 20 centímetros de altura e calçar, com
barras de concreto, cerca 25 m
das bordas da pista de cooper.
Às 15h55, todos os operários já
haviam ido embora.
Segundo a Subprefeitura da
Vila Mariana, que paga
R$ 42.500 pelo trabalho mensal da equipe de manutenção
de logradouros fornecida pela
empreiteira Tomanini, a explicação da jornada reduzida de
trabalho é a nova lei de restrição a caminhões que começou
a valer na semana passada. Pelo contrato, o trabalho deveria
ocorrer das 7h às 16h30.
"O caminhão com o material
só pode sair depois das 10h. Antes disso os operários não podem trabalhar. Estamos tentando negociar com a Secretaria dos Transportes a possibilidade desses caminhões poderem circular antecipado. São
tão poucos...", disse o subprefeito da Vila Mariana, Alexandre Modonese. Caminhões a
serviço da prefeitura podem
circular apenas das 10h às 16h.
Na sexta, o secretário Alexandre de Moraes (Transportes), disse que "não houve a
manifestação institucional"
das subprefeituras a respeito.
"Da mesma forma que a sociedade civil, a prefeitura também
tem de se adequar à logística."
Desperdício
"É brincadeira. É muito claro
o desperdício de dinheiro público", diz um morador da região, que se identificou como
Aparecido. "Na semana passada foi pior. Os operários ficaram o dia todo sem trabalhar."
O subprefeito diz que a empresa deverá ser multada em
cerca de R$ 140 por funcionário. A Folha não conseguiu
contato com a empresa ontem.
A praça passou por uma reforma parcial de dezembro de
2007 a março (R$ 66.102). Até
hoje, porém, nem o campo de
futebol nem a pista de cooper
previstas estão prontos.
O campo não tem traves e,
embora uma placa recomende
que não seja usado até agosto
para fixação da grama, o mato
aos poucos toma conta do terreno cheio de buracos. E a pista
não foi terminada -sua conclusão depende do trabalho da
equipe de manutenção.
Para moradores da região, o
anúncio da obra parecia ser o
desfecho feliz da luta para
transformar a praça em "um
lugar agradável", como diz o radialista Luiz Magliocca, 61.
Eles reclamam que a área é perigosa à noite e que há focos de
dengue, por conta de uma nascente de água na praça. "Estamos fazendo obras de drenagem", diz o subprefeito.
Colaborou ALENCAR IZIDORO , da Reportagem
Local
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