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Prefeitos vizinhos se mobilizam contra a restrição a fretados
Argumento é que medida pode aumentar número
de veículos clandestinos nas cidades de origem
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Prefeituras e empresários do
transporte de fretados de cidades próximas a São Paulo articulam um movimento para
tentar mudar a restrição à circulação de veículos fretados
proposta pelo prefeito Gilberto
Kassab na semana passada.
A medida irá restringir esse
tipo de transporte em uma área
de 70 quilômetros quadrados
para, de acordo com a prefeitura paulista, desafogar o trânsito. Prevista para entrar em vigor a partir do dia 27 de julho, a
medida ainda não foi publicada
no "Diário Oficial".
Um dos argumentos usados
pelos defensores do adiamento
é a possível proliferação de veículos clandestinos, inclusive
perueiros. As prefeituras dos
municípios da Baixada Santista, de Campinas e do ABC temem que seus moradores recorram a esse tipo de transporte para viajar à capital.
Segundo o prefeito de Santos, João Paulo Papa (PMDB),
já foram iniciadas as conversas
com Kassab em torno de um
possível adiamento da restrição. "Enviei um documento anteontem à prefeitura propondo
a flexibilização da determinação e iniciamos as conversas."
Empresas de fretamento calculam que 7.000 moradores da
Baixada Santista utilizam o sistema para chegar a São Paulo.
Outro articulador dessa coalizão é o presidente da CET de
Santos, Rogério Crantischaninov. Ele pede a mediação da Secretaria do Estado dos Transportes, já que o problema tomou dimensão regional. "Não
pretendemos ferir a autonomia
do município de São Paulo, mas
precisamos evitar problemas
no nosso município", disse.
O secretário de transportes
de Campinas e ex-presidente
da SPTrans na gestão Marta
Suplicy, Gerson Luís Bittencourt, confirmou que as conversas para uma coalizão já foram iniciadas. "Uma medida
como essa pode aumentar a circulação de carros clandestinos
e deixar os municípios de mãos
atadas, já que esse tipo de fiscalização é de responsabilidade
do Estado", disse.
Além do adiamento, foi proposto a Kassab não usar trens
como alternativa de transporte
devido à saturação do sistema;
descontos no metrô; definição
de pontos de parada específicos; e implantação de rotas alternativas aos pontos de maior
circulação de fretados, como o
entorno das avenidas Berrini,
Faria Lima e Paulista.
Kassab
Kassab admitiu ontem ter
conversado com Papa por telefone, mas disse não ter prometido nada a ninguém. Ele disse
estar aberto a sugestões.
Segundo o prefeito de Santos, porém, Kassab assegurou
que o projeto sofrerá ajustes
"assim como já ocorreu quando
das alterações para o tráfego de
caminhões na capital com destino ao Porto de Santos".
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