Segundo o secretário de Segurança, Mário Sérgio Duarte terá mais agilidade para adotar mudanças

ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO

Um ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a tropa de elite da PM do Rio, vai assumir o comando-geral da Polícia Militar no Estado. O novo titular, o coronel Mário Sérgio Duarte, anuncia hoje um plano para aumentar o número de policiais nas ruas.
A troca foi anunciada pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que disse que Duarte terá mais agilidade para adotar mudanças do que o antecessor, o coronel Gilson Pitta Lopes, que, após 17 meses no cargo, foi exonerado ontem.
Em nota, a pasta afirmou também que Duarte terá de acelerar a punição de policiais envolvidos em irregularidades. Ele será o terceiro chefe na gestão Sérgio Cabral (PMDB), iniciada em 2007. Pitta assumiu em janeiro de 2008, durante uma crise com oficiais de alta patente que exigiam melhores condições de trabalho. A Polícia Civil também teve o chefe trocado, em abril.
Em coletiva, Beltrame afirmou que a exoneração de Pitta pretende dar velocidade às mudanças previstas.
Na véspera do anúncio, o Ministério Público pediu a prisão de 30 PMs acusados de matar inocentes em ações policiais. Ontem, o juiz Fábio Uchôa, do 1º Tribunal do Júri, acatou a denúncia contra dois deles. A dupla foi denunciada pelo homicídio em 2007 de Sandro Fortunato, na favela Beira Rio.
O promotor Alexandre Themístocles encontrou indícios no inquérito de que houve execuções. A Folha não conseguiu localizar os dois policiais, que responderão em liberdade.
Beltrame negou relação entre a decisão e a denúncia. O secretário comunicou sua decisão a Pitta pela manhã. À tarde, a PM divulgou nota destacando feitos do coronel, como a pacificação de favelas dominadas por tráfico ou milícias.
Em entrevista ontem à TV Globo, o governador Sérgio Cabral (PMDB) negou que a troca do comando tenha sido provocada por alguma crise na área.


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