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Londrina vai recolher livro tido como racista
Obra foi distribuída na rede municipal de ensino
NATÁLIA CANCIAN
DE SÃO PAULO
A Prefeitura de Londrina
vai recolher 13.500 livros didáticos da rede municipal de
ensino, por recomendação
do Ministério Público do Paraná, por terem conteúdo
considerado racista.
Os problemas foram apontados por pesquisadores da
UEL (Universidade de Londrina) e pelo movimento negro, após reclamações de
professores das escolas.
A coordenadora do Núcleo
de Estudos Afro-Asiáticos da
UEL, Rosane Borges, diz que
os livros da coleção "Vivenciando a Cultura Afro-Brasileira e Indígena" (editora Ética) contêm expressões preconceituosas e são "historicamente incorretos", além
de terem erros de português.
Borges cita o exemplo do
desenho que mostra um menino branco fazendo xixi em
um garoto negro, reproduzida em uma das publicações.
Segundo ela, o texto complementar não permite reflexão
sobre a imagem.
O presidente do comitê do
Fórum das Entidades Negras
de Londrina, Edmundo Novais, que analisou o material,
também aponta outros erros
que considera "graves".
Um deles é colocar a foto
de presidente dos EUA, Barack Obama, que é negro, em
um contexto que "dá a entender que ele é afro-brasileiro".
Em outro trecho, o material
cita a África como um país, e
não como continente.
Novais também questiona
o fato de o movimento negro
ser definido como "de cunho
racista" no material e de boa
parte da bibliografia vir de
fontes da internet.
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