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AMBIENTE
"Lei da dengue" obriga estabelecimentos a receber embalagens; material será encaminhado para reciclagem
Supermercados receberão garrafas plásticas
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sete dias após o fim do prazo estipulado pela "lei da dengue", supermercados de São Paulo começam a instalar contêineres para
recolher garrafas pet, que serão
encaminhadas para reciclagem,
numa ação que trará ganhos de
saúde pública e ambientais.
Seguindo o caminho das duas
maiores redes do Estado -Pão
de Açúcar e Carrefour, que já oferecem, ao todo, 19 pontos de entrega de recicláveis na capital paulista-, o Wal Mart e o Big iniciaram ontem o recebimento das
garrafas e dizem que vão expandir
o projeto para todas as suas lojas
(22 e 19, respectivamente) em até
um ano. A rede Rikoy, que tem 35
lojas, já tem plano semelhante.
A lei que instituiu o Programa
Municipal de Combate e Prevenção à Dengue, em janeiro, obriga
os estabelecimentos que comercializam garrafas pet a recebê-las
de volta, para evitar que, jogadas
em terrenos baldios, vias públicas
ou quintais, elas acumulem água e
se tornem focos potenciais do
mosquito Aedes aegypti.
O prazo máximo para isso era o
mês passado, e o seu não-cumprimento implica multa inicial de R$
500 e até interdição por um dia.
O secretário Eduardo Jorge
(Saúde), afirma, entretanto, que
esperará até o fim do ano para que
o comércio se adapte à lei porque
sentiu no setor vontade de aderir.
Na divisão das responsabilidades, os consumidores têm de separar, lavar, guardar e levar de
volta as garrafas vazias. A prefeitura, por sua vez, precisa agilizar a
coleta seletiva, para conseguir dar
um fim ao material devolvido nos
mercados, afirma Eduardo Jorge,
que visitou ontem três novos postos de entrega de garrafas pet.
Para Carlos Corrêa, superintendente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), a iniciativa das grandes redes vai servir, ao
mesmo tempo, como projeto-piloto da implementação da lei e
exemplo para os estabelecimentos menores, que não dispõem de
estrutura nem de recursos. A cidade de São Paulo tem, ao todo,
cerca de 1.500 supermercados.
O Brasil produziu, em 2001, 270
mil t de embalagens pet e reciclou
89 mil t (32,9%), segundo a Abepet (Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens de Pet). O que sobra vai para aterros ou para córregos, bueiros e galerias pluviais, dificultando a drenagem da água e agravando enchentes.
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