São Paulo, quinta-feira, 08 de agosto de 2002

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AMBIENTE

"Lei da dengue" obriga estabelecimentos a receber embalagens; material será encaminhado para reciclagem

Supermercados receberão garrafas plásticas

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sete dias após o fim do prazo estipulado pela "lei da dengue", supermercados de São Paulo começam a instalar contêineres para recolher garrafas pet, que serão encaminhadas para reciclagem, numa ação que trará ganhos de saúde pública e ambientais.
Seguindo o caminho das duas maiores redes do Estado -Pão de Açúcar e Carrefour, que já oferecem, ao todo, 19 pontos de entrega de recicláveis na capital paulista-, o Wal Mart e o Big iniciaram ontem o recebimento das garrafas e dizem que vão expandir o projeto para todas as suas lojas (22 e 19, respectivamente) em até um ano. A rede Rikoy, que tem 35 lojas, já tem plano semelhante.
A lei que instituiu o Programa Municipal de Combate e Prevenção à Dengue, em janeiro, obriga os estabelecimentos que comercializam garrafas pet a recebê-las de volta, para evitar que, jogadas em terrenos baldios, vias públicas ou quintais, elas acumulem água e se tornem focos potenciais do mosquito Aedes aegypti.
O prazo máximo para isso era o mês passado, e o seu não-cumprimento implica multa inicial de R$ 500 e até interdição por um dia.
O secretário Eduardo Jorge (Saúde), afirma, entretanto, que esperará até o fim do ano para que o comércio se adapte à lei porque sentiu no setor vontade de aderir.
Na divisão das responsabilidades, os consumidores têm de separar, lavar, guardar e levar de volta as garrafas vazias. A prefeitura, por sua vez, precisa agilizar a coleta seletiva, para conseguir dar um fim ao material devolvido nos mercados, afirma Eduardo Jorge, que visitou ontem três novos postos de entrega de garrafas pet.
Para Carlos Corrêa, superintendente da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), a iniciativa das grandes redes vai servir, ao mesmo tempo, como projeto-piloto da implementação da lei e exemplo para os estabelecimentos menores, que não dispõem de estrutura nem de recursos. A cidade de São Paulo tem, ao todo, cerca de 1.500 supermercados.
O Brasil produziu, em 2001, 270 mil t de embalagens pet e reciclou 89 mil t (32,9%), segundo a Abepet (Associação Brasileira dos Fabricantes de Embalagens de Pet). O que sobra vai para aterros ou para córregos, bueiros e galerias pluviais, dificultando a drenagem da água e agravando enchentes.



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