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ADMINISTRAÇÃO
Cerca de 150 estabelecimentos comerciais e de serviço em situação irregular estão na mira do município
Justiça manda fechar comércio na Pacaembu
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Pressionada pela Justiça, a Prefeitura de São Paulo está prestes a
fechar a maioria dos cerca de 150
estabelecimentos comerciais e de
serviços localizados na avenida
Pacaembu (centro) que estão em
situação irregular.
Segundo a Lei de Zoneamento,
não é permitido comércio no local. O problema não ocorre apenas na Pacaembu, a história se repete em outras regiões da cidade,
como em Pinheiros.
Ontem, cerca de 500 empregados de lojas do bairro fecharam a
avenida Pacaembu em protesto.
Demissões
Os números de comércios
ameaçados e de manifestantes são
do Sindicato dos Empregados no
Comércio de São Paulo e da Associação Comercial dos Prestadores
de Serviço do Pacaembu.
Segundo Ricardo Patah, vice-presidente da entidade dos comerciários, com a medida, a prefeitura pode promover a demissão de 3.000 trabalhadores.
De acordo com o supervisor de
Uso e Ocupação do Solo da Administração Regional da Sé, Walter
José Pires Bellintani, a situação na
avenida se arrasta desde o ano
passado. "A maioria já foi notificada e multada. Não há o que discutir: o próximo passo é o fechamento administrativo", diz.
A avenida Pacaembu é um corredores de uso especial (rua ou
avenida que corta bairros estritamente residenciais). Segundo a legislação, não são permitidos estabelecimentos comerciais nos corredores, apenas determinados estabelecimentos locais como consultórios médicos, padarias ou videolocadoras.
Pinheiros
A situação é a mesma enfrentada por 43 lojas e escritórios da alameda Gabriel Monteiro da Silva,
em Pinheiros (zona oeste). Naquela região, há um total de 183
estabelecimentos irregulares, segundo o Ministério Público.
Desde 1997, o promotor João
Lopes Guimarães Júnior, da Promotoria de Habitação e Urbanismo, move ação contra a prefeitura
exigindo que esta faça cumprir a
lei nos chamados corredores de
uso especial. O município recorreu até o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o MP, mas perdeu em todas as instâncias.
Para a prefeitura, o comércio
dessas vias é muito antigo. "Não
há justificativa para perpetuar o
descumprimento à lei, até porque
as ações foram motivadas por reclamações de moradores organizados em associações de bairro",
afirma o promotor Guimarães.
Segundo ele, vereadores da Câmara Municipal chegaram a enviar ofícios ao MP pedindo que o
órgão fosse mais brando nas exigências.
Projeto de lei que prevê a regularização do comércio em corredores, de autoria do vereador José
Mentor (PT), tramita no legislativo municipal atualmente.
Plano Diretor
Além disso, a proposta de Plano
Diretor, da prefeitura, também
em trâmite na Câmara, prevê a
permissão do comércio em corredores desde que empresários e
moradores entrem em acordo.
"Representantes de associações
de bairro do Pacaembu chegaram
a nos falar que fechássemos as lojas para reabri-las daqui a três meses, quando o Plano Diretor estivesse aprovado. Não há cabimento", diz o advogado Roberto Marques, vice-presidente da associação comercial do bairro.
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