São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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Em Alagoas, até janela é furtada

DA REPORTAGEM LOCAL

Nem roubo de carros, nem de bicicletas, nem de objetos de estudantes. Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a principal ocorrência é o crime contra o patrimônio. Não são extraviados, no entanto, equipamentos caros, como objetos de laboratório. O alvo, segundo a pró-reitora de administração em recursos humanos, Sílvia Regina Cardeal, são placas de bronze, hidrantes, torneiras, válvulas e até janelas.
"São incidências que não nos surpreendem, apesar de tudo, pois refletem uma problemática social do Estado e do país."
Devido ao problema, de acordo com a pró-reitora, há dois anos o sistema de segurança vem passando por uma reformulação.
No lugar da vigilância humana armada, entrou a segurança eletrônica. As salas de pesquisa e de administração, os laboratórios e as bibliotecas já têm sensores e toda a área externa é monitorada por um circuito de TV.
Como apoio, 11 homens fazem ronda a pé, de carro e de moto, sob a coordenação de um controle central, que monitora também toda a parte eletrônica.
"Curiosamente, a instalação da segurança eletrônica reduziu o número de furtos, mas não as tentativas", diz a pró-reitora. "E, nos últimos dois meses, surgiu um outro alvo dos furtos: a fiação. É o que mais tem sido extraviado da universidade. Tanto fios elétricos quanto telefônicos e óticos."
De acordo com informações da universidade, esses crimes acontecem principalmente no período noturno e nos fins de semana. Por isso a instituição passou a contar também com uma parceria com as Polícias Militar e Civil, que prestam suporte com rondas nas áreas externas do campus. Em troca, a universidade oferece treinamentos aos oficiais.
Mas, se a mudança do sistema de segurança não evita a ocorrência de tentativas de furtos, segundo a pró-reitora, pelo menos elimina um outro problema. "O desarmamento dos seguranças trouxe mais tranqüilidade ao campus, pois os vigias tinham constantemente as armas roubadas, e elas eram usadas contra eles próprios. "Um segurança que ficou paraplégico", afirma Cardeal.
(MAYRA STACHUK)

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